Mesmo sem acordo sobre salário mínimo, começa discussão do relatório final do orçamento



Líderes partidários da base do governo no Congresso fizeram duas reuniões nesta quinta-feira (20) para tentar uma solução para reivindicações das oposições, mas nenhuma proposta concreta chegou a ser feita. Mesmo sem acordo, as lideranças governistas decidiram iniciar o processo de discussão e votação do relatório final do projeto de orçamento na Comissão Mista de Orçamento, presidida pelo senador Carlos Bezerra (PMDB-MT). As oposições obstruíram os trabalhos, mas houve comparecimento em massa de deputados e senadores dos partidos que apóiam o governo e, com isso, a reunião prosseguia às 23h.

Numa reunião no início da noite, na casa do presidente da Câmara, Aécio Neves, os líderes governistas decidiram tentar votar o orçamento mesmo com obstrução oposicionista, ao mesmo tempo em que o líder do governo na Câmara, deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP), conversaria com o presidente Fernando Henrique sobre as reivindicações do PT, PDT, PC do B, PSB, PL e PPS.

Basicamente, as oposições querem um salário mínimo em abril superior aos R$ 200 acertados na semana passada e a edição de uma medida provisória prevendo renegociação das dívidas de pequenos agricultores. O PDT insiste também em um aumento para o funcionalismo federal superior a 3,5%.

Ao final da reunião dos líderes dos partidos da base do governo, o líder do PFL na Câmara, deputado Inocêncio Oliveira (PE), afirmou que os governistas estavam dispostos a votar o orçamento neste ano. Disse ainda que o presidente da Câmara pretende se reunir com os líderes de oposição nesta sexta-feira (21) e fazer "um apelo patriótico" para votação do orçamento, principalmente por causa dos recentes acontecimentos na Argentina. "O Brasil não pode passar a impressão de que tem algum problema", disse. Para ele, notícias de que o governo brasileiro não conseguiu votar no Congresso o orçamento "podem ter péssimas repercussões".

O presidente do Senado, Ramez Tebet, e o presidente da Câmara, Aécio Neves, reúnem-se hoje para decidir a prorrogação, por mais uma semana, da convocação extraordinária do Congresso, para votação do Orçamento da União de 2002. A idéia dos líderes governistas é estender os trabalhos até o final da próxima semana.

20/12/2001

Agência Senado


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