Mesquita defende revisão da lei do desarmamento
- São R$ 300,00 para o registro e R$ 1.000,00 para o porte. Algumas dessas pessoas não recebem essa quantia em um ano de trabalho -, ressaltou o senador, que informou ter ouvido as queixas de várias famílias prejudicadas pela nova legislação. Ele protestou contra a discriminação que esses extrativistas e agricultores tradicionais sofrem no país, enquanto os que têm dinheiro e estão inseridos na economia de mercado, pertencendo ao agronegócio brasileiro, conseguem “tratamento de tapete vermelho”.
Mesquita fez um apelo para que os senadores corrijam essa “injustiça” legal e permitam que essas famílias possam continuar caçando para se alimentar. Em aparte, o senador Augusto Botelho (PDT-RR) informou que tentou, sem sucesso, durante a negociação do projeto de lei do desarmamento apresentar emenda para evitar que essa distorção ocorresse. Botelho comprometeu-se em ajudar Mesquita nesse propósito.
Outra preocupação, que Mesquita Júnior colheu das chamadas populações tradicionais do Acre, foi a falta de políticas públicas federais que auxiliem a mecanização agrícola em áreas degradadas do estado. Isso não significa, segundo ele, que seja um afastamento do modelo de desenvolvimento do estado, baseado na preservação e uso racional e inteligente de sua riqueza.
Mas, na avaliação dele, a utilização das áreas desagradas transformaria o estado em um importante produtor de grãos numa região estratégica, em função da proximidade com a Bolívia e o Peru, onde se busca implementar uma política de integração regional. Além disso, Mesquita Júnior disse que esse aproveitamento permitiria à população acreana sair da dependência de produtos importados de outras regiões para o seu consumo. Ele lembrou que o Acre já exportou leite para o Amazonas e hoje é obrigado a importar o produto, dependendo também do arroz produzido em Goiás e comprando feijão de outros estados, como a Paraíba.
26/08/2004
Agência Senado
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