Mesquita diz que pequenos produtores acreanos estão sendo discriminados



O senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) disse nesta segunda-feira (8) que participou de uma audiência pública no município acreano de Sena Madureira, com mais de 600 pequenos agricultores, para debater a ação civil pública movida pelos Ministérios Públicos (MP) estadual e federal, que busca impedir, até 2014, que ninguém no Acre seja autorizado a utilizar a prática de queimadas para agricultura. Apesar de convidados, as autoridades do governo estadual e membros do MP não compareceram.

O senador ressaltou que os pequenos produtores têm consciência de que é preciso acabar com a prática de queimadas, mas não têm a condição material para fazê-lo de imediato. Ele disse que, nos últimos 10 ou 12 anos, o governo do estado "voltou as costas" para essa parcela dos produtores e não desenvolveu um processo de substituição tecnológica, preferindo investir pesadamente na "maquiagem" dos centros urbanos, espacialmente a capital, Rio Branco.

- Temos um êxodo rural contínuo no Acre, porque as pessoas não encontram mais condições de sobrevivência no campo e na mata, e estão migrando para a periferia das cidades e, principalmente, de Rio Branco. São 20 mil famílias com Bolsa Família e por aí vai - lamentou.

Mesquita disse que, no Acre, existe um tratamento diferenciado para pequenos e grandes produtores. Segundo ele, enquanto os grandes produtores recebem tratamento com tapete vermelho e conseguem licenciamento rapidamente, os pequenos produtores enfrentam órgãos ambientais que se transformaram em delegacias de polícia.

- Nós concordamos: precisamos conter o avanço sobre a floresta; precisamos ter no nosso horizonte o objetivo da queima zero, mas é necessário que aconteçam algumas coisas antes para que a gente consiga chegar lá. Determinar isso por sentença, até 2014 não se terá queima, é sentenciar de morte milhares de pessoas no Acre - alertou.

O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) disse, em aparte, que um grande movimento internacional conseguiu adeptos no Brasil para eleger os amigos e os inimigos da Amazônia e pretendem "engessar a região". Na avaliação de Mozarildo, o meio ambiente é um negócio muito sério para ser tocado por ambientalistas, "porque ambientalista é o cara que é fanático, e fanático não pode cuidar bem de nada".

- A Amazônia está pagando um preço muito alto para o pessoal fazer charme. Fico triste em ver o Presidente Lula, que diz uma coisa e faz outra. Ele disse que estava cansado de ver gringo dando pitaco na Amazônia; disse que a Amazônia não era um depósito de água benta, onde todo muito pode meter a mão e usá-la. 
E, na prática, não faz nada. Quando ele manda uma medida provisória e a gente a aprova aqui, nós somos inimigos da Amazônia - afirmou.

O senador Adelmir Santana (DEM-DF) também se solidarizou com Geraldo Mesquita.



08/06/2009

Agência Senado


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