Mesquita Júnior acusa governo de ser cruel, perverso e desumano com cidadãos acreanos



Contrariado com o tratamento discriminatório que tem recebido por não ser da base governista, o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) disse, nesta quinta-feira (30), que o governo tem cometido crueldade, perversidade e desumanidade com os cidadãos acreanos, ao não liberar os recursos das emendas que apresentou ao Orçamento Geral da União. Ele assinalou que as emendas do ano passado foram inscritas na rubrica "restos a pagar" e nenhuma delas foi liberada. Entre as emendas deste ano, apenas uma foi empenhada.

- Eu acho isso uma falta de respeito. Isso é uma perversidade que se comete contra a população dos municípios acreanos. É uma situação desconfortável para o parlamentar, mas deixa a população dos municípios numa situação de extrema penúria. O que a população tem a ver com o fato de eu não ser da base do governo? - indagou.

O senador assinalou que os membros do atual governo, quando faziam oposição, criticavam "azedamente" quem praticava esse mesmo procedimento. Ele observou que, hoje, fazem a mesma coisa ou pior, pois o fazem "com a intensidade da perversidade". Mesquita lembrou que, no ano passado, coube a cada parlamentar R$ 8 milhões em emendas ao orçamento, que pode ser uma quantia pequena para estados mais ricos, mas, para um município pequeno, pode fazer muita falta.

Mesquita prometeu denunciar sistematicamente a discriminação que sofre e que é exercitada "até com um certo prazer, uma certa volúpia", pelo governo e que "beira o crime". Ele ressaltou que não lastima por si, mas pela população do seu estado que está deixando de usufruir em seu próprio benefício cerca de R$ 8 milhões, apenas do ano passado.

O senador Mário Couto (PSDB-PA) disse, em aparte, que essa prática não massacra o parlamentar, mas quem precisa de ajuda. Ele disse que, a partir de 2009, vai denunciar veementemente o ministério que segurar as emendas do Pará, o nome do ministro e em que gavetas estão essas emendas. O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) saiu em defesa de Mesquita Júnior e disse que o PMDB não pode deixar que o senador seja prejudicado ou o estado do Acre. Ele considerou inaceitável que um senador precise ir à tribuna reclamar um direito constitucional, principalmente sendo integrante do maior partido do país.



30/10/2008

Agência Senado


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