Mesquita Júnior: desenvolvimento da Amazônia deve contemplar o povo e o meio ambiente
Às vésperas do Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado nesta terça-feira (5), o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) defendeu em Plenário um plano de desenvolvimento para a Amazônia que se diferencie daqueles aplicados pelos diversos governos até agora. Ele defendeu uma exploração econômica "genuinamente sustentável e não predatória", que inclua a população local e respeite o meio ambiente.
Mesquita manifestou preocupação especial com o destino de dois rios amazônicos, o Xingu e o Madeira, para os quais estão previstos grandes projetos de construção de usinas hidrelétricas. O parlamentar comparou a situação desses rios com o que aconteceu no passado com o Rio Tucuruí, onde foi construída a Hidrelétrica de Tucuruí, que desalojou as populações locais, para as quais até hoje o governo não proporcionou solução adequada.
- O governo repete a mesma lógica há anos na Amazônia: o binômio estradas e hidrelétricas. Atrás, vem a destruição da Amazônia. E como ficam o povo e o meio ambiente? - indagou o parlamentar.
Mesquita Júnior insistiu em uma mudança por parte do governo na "lógica de exploração econômica" da Amazônia, de modo a evitar que continue a prática, considerada por ele "apropriação perversa, privada e por poucos" do esforço de produção realizado pela população amazônica.
- O que se diz que é economicamente sustentável, na prática significa que a população amazônica trabalha e sustenta o que é apropriado por poucos - disse o senador, acrescentando que a população local é "destruída e humilhada" quando é desprovida de seu meio de sustento proporcionado por atividades extrativistas, pela pesca, entre outras, em favor da abertura de estradas e construção de hidrelétricas.
Combate ao desmatamento
O parlamentar pelo Acre comentou a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ser apresentada na reunião do G-8 (Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Rússia, o Reino Unido e os Estados Unidos), de 6 a 8 deste mês, na Alemanha,de criação de um fundo internacional de combate ao desmatamento. Para Mesquita Júnior, melhor seria se o presidente propusesse um fundo para a realização de um inventário completo sobre a Amazônia.
De posse das informações geradas pelo inventário, seria possível elaborar um plano de desenvolvimento para a região mais próximo da realidade, das necessidades da população local e respeitando o meio ambiente, afirmou o senador.
04/06/2007
Agência Senado
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