Mesquita Júnior diz que se recusa a aprovar o mínimo proposto pelo governo
O senador Geraldo Mesquita Júnior (PSB-AC) afirmou nesta quinta-feira (29) que se recusa a aprovar a medida provisória que o governo enviará ao Congresso fixando o salário mínimo em R$ 260. Ele disse que chegou ao Senado com o coração cheio de esperança por ter ajudado um líder operário a dirigir o país, mas com o passar do tempo a esperança está dando lugar a sentimentos como a vergonha. O senador aconselhou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a parar de ouvir "assessor que está a serviço do capital internacional".
Mesquita Júnior disse que o presidente tem autoridade para barrar os lucros dos banqueiros e fixar um mínimo maior. Ele acrescentou que não é verdade que as prefeituras iriam quebrar com um aumento substancial do salário mínimo, já que o governador do Acre, Jorge Viana, sempre concedeu reajustes maiores sem nunca ter quebrado o estado.
- Todos sabem que máquina do governo foi montada para servir os interesses da elite, mas Lula foi eleito justamente para colocar limites na sanha voraz de lucro das elites - disse o senador, para quem o presidente está renunciando a esse papel.
Mesquita Júnior lembrou que Lula assumiu o compromisso em campanha de respeitar os contratos já feitos pelo país e de colocar a máquina governamental a serviço da população, acrescentando que "a primeira promessa está sendo cumprida, mas está faltando a segunda".
Em aparte, participaram do debate os senadores Arthur Virgílio (PSDB-AM), Sibá Machado (PT-AC), Paulo Paim (PT-RS) e Antero Paes de Barros (PSDB-MT).
29/04/2004
Agência Senado
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