Mesquita Júnior protesta contra possível apropriação de recursos do Sistema S pelo governo



Em discurso no Plenário, nesta sexta-feira (18), o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) disse estar preocupado com a suposta tentativa do governo federal de apropriar-se de recursos do Sistema S - um grupo de 11 contribuições de categorias profissionais que são repassadas a instituições do direito privado, como Sesi, Senac e Senai. Segundo adiantou, o governo estaria preparando um anteprojeto de lei nesse sentido.

Para Mesquita Júnior, o governo estaria tentando apropriar-se, "até por retaliação", de rendas e valores que o Sistema S "tão bem administra". O senador considera "duvidoso" o pretexto dado pelo governo para se apropriar dos recursos do Sistema S. A intenção seria ampliar os serviços sociais e a qualificação profissional que essas entidades já promovem "há mais de meio século no Brasil, com incontestável sucesso".

- Não bastasse a insuportável carga fiscal, a maior que o país já conheceu e uma das mais extorsivas do mundo, a pretensão esconde uma irrefreável tendência do atual governo de estatização em áreas que não são de sua competência e, por isso mesmo, de duvidosa legalidade - protestou.

Mesquita Júnior garantiu que, no Acre, a atuação do Sesc e do Senac é meritória, útil e indispensável à população.

- Custo a crer que esse fato lastimável e, sem dúvida, mesquinho, esteja em vias de ser promovido pelo governo do único presidente da República que se beneficiou de um curso do Senai - comentou.

O parlamentar acredita que seria mais justo o governo apropriar-se da experiência acumulada pelas instituições que formam o sistema, mas não dos recursos que viabilizaram os resultados até hoje alcançados.

- O governo tem muito a aprender com o sistema. Que se estabeleçam parcerias. O que não se concebe é o governo tentar truncar e se apropriar das fontes de receita do sistema para com elas continuar promovendo o discurso eleitoreiro fácil e os resultados inaceitáveis na área da educação como um todo, especialmente na área técnica e profissional - sustentou.

Em aparte, o senador Adelmir Santana (DEM-DF) parabenizou Mesquita Júnior pelo discurso e se disse satisfeito em saber que conta com um aliado na defesa do Sistema S.

Mesquita Júnior lamentou ainda, durante o discurso, que "o Palácio do Planalto e suas cercanias" tenham "lançado um novo esporte": jogar pedra no Congresso. Conforme observou, todo dia um ministro "desanca" o Congresso.

O caso mais recente, segundo assinalou, foi suscitado por declaração do advogado-geral da União, José Antonio Dias Toffoli, que teria justificado a edição de medidas provisórias pelo Poder Executivo pela morosidade do Congresso Nacional em aprovar projetos de lei. A argumentação teria sido feita em função de ação direta de inconstitucionalidade (ADI) protocolada pela oposição junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), questionando a constitucionalidade de medidas provisórias para liberação extraordinária de recursos orçamentários.

- Penso que quem provocou o Judiciário agiu corretamente. Para que o Supremo Tribunal Federal, o dono da palavra da constitucionalidade neste país, diga se é regular de fato a emissão de medidas provisórias tratando de liberação de crédito extraordinário. E no Supremo Tribunal, a tendência é dizer que essa prática não se coaduna com o nosso ordenamento jurídico - disse Mesquita Júnior.



18/04/2008

Agência Senado


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