Mesquita Júnior homenageia professores lembrando as dificuldades que enfrentam
A professora Lourdes Leal leciona na Linha Seca, no quilômetro 40, na região de Sena Madureira. A professora Neide ensina na Praia Redonda, no Rio Iaco. José Pinheiro Filho é professor na região do Macauã. As professoras Denise e Nena, também. Ao celebrar a passagem do Dia do Professor, o senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC) homenageou esses professores anônimos do Acre que enfrentam toda sorte de dificuldades para exercer sua profissão.
Segundo Mesquita Júnior, os professores citados muitas vezes precisam tirar dinheiro do próprio bolso para que seus alunos possam ter alguma merenda. Eles andam horas para chegar à escola, ou percorrem quilômetros em barcos com precárias condições de segurança. A vida de professor dos municípios do interior do Brasil é repleta de sacrifício, testemunhou o senador.
- Não sei como é nos outros estados, mas no Acre quase a metade desses profissionais não têm vínculo empregatício. São os professores temporários. No final do ano eles são sacados por um período como se fossem algo que não servisse mais. A educação é tratada como se fosse uma atividade temporária - denunciou.
Na avaliação do senador pelo Acre, em vez de o Brasil pleitear, por exemplo, uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, deveria trabalhar para acabar com o analfabetismo em seu território. Deveria dotar as escolas de um ensino de qualidade e também oferecer uma condição digna de trabalho para os professores.
A falta de pressão popular, o conformismo da população faz com que, na opinião de Mesquita Júnior, nem o governo nem o Congresso tomem atitudes concretas que representem uma revolução na educação do país. Ele afirmou que enquanto esse sentimento persistir, continuarão a existir no país escolas obrigadas a interromper suas aulas nos períodos de chuva por não disporem de cobertura, ou ter teto de palha ou telhado furado.
- Acho que, no Brasil, a educação mais deforma do que forma nossos jovens. Apesar dos números e de tantas estatísticas oficiais, o quadro real é outro. Desafio a quem venha aqui me desmentir. Temos que parar de nos conformar com pequenos avanços. O poder público precisa entender que a educação está a quilômetros de distância do que poderia para funcionar com um mínimo de qualidade - disse Mesquita Júnior.
15/10/2009
Agência Senado
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