Milton Santos será o Patrono da Geografia Nacional



O geógrafo Milton Santos será o Patrono da Geografia Nacional, conforme projeto de lei da Câmara (PLC nº 459/2004), de autoria da deputada Laura Carneiro (PFL-RJ), aprovado nesta quarta-feira (30) pelo Senado Federal. A matéria vai à sanção presidencial. A proposta recebeu parecer favorável do senador Valdir Raupp (PMDB-RO) na Comissão de Educação que ressaltou a pertinência da homenagem diante do currículo de Milton Santos.

Nascido na Bahia, Milton Santos faleceu aos 75 anos, em 2001, em São Paulo, cidade onde se fixou a partir de 1977, quando passou a fazer suas pesquisas na Universidade de São Paulo. Formado em direito, em 1948, passou a se dedicar à Geografia. Doutor pela Universidade de Estrasburgo, na França, Milton Santos recebeu inúmeros títulos e honrarias em várias nações, tendo sido agraciado, em 1994, com o Prêmio Internacional de Geografia Vautin Lud, espécie de Nobel da Geografia.

Em seu relatório, Raupp lembra que, por ocasião do golpe militar de 1964, Milton Santos foi preso por três meses e afastado do cargo de professor na Universidade da Bahia, em conseqüência do seu envolvimento com a questão dos direitos humanos. Raupp destaca que Milton Santos dedicou-se, em particular, ao estudo sobre os países em desenvolvimento, à problemática do chamado Terceiro Mundo e à geografia da globalização.

Na discussão da matéria, o líder do governo, senador Aloizio Mercadante (PT-SP) parabenizou a deputada Laura Carneiro pela iniciativa e afirmou que Milton Santos pensou a problemática do espaço urbano, com uma -produção intelectual única-. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), ao prestar sua homenagem ao geógrafo, destacou que a obra de Milton é duradoura.

O senador César Borges (PFL-BA) considerou justa a homenagem prestada pela deputada por seu renome internacional, que enriqueceu o acervo da geografia nacional. O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) revelou sua convivência com Milton Santos e destacou sua humildade. O senador Rodolpho Tourinho (PFL-BA) ressaltou os aspectos sociais de sua obra. A senadora Heloísa Helena (sem partido-AL) frisou sua militância na luta pelos direitos humanos e a líder do PT, senadora Ideli Salvatti (SC) apontou sua contribuição para o entendimento da questão da urbanização e a defesa dos afro-descendentes.



30/06/2004

Agência Senado


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