Ministro da Justiça será convidado para discutir compra de terras brasileiras por estrangeiros



Os ministros da Justiça, Tarso Genro, e do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, serão convidados para discutir, na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), as questões legais relativas à compra de terras brasileiras por estrangeiros. A audiência pública foi proposta pelos senadores Renato Casagrande (PSB-ES) e Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), em requerimento aprovado nesta terça-feira pela CRA.

Representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra)e da Advocacia Geral da União também serão convidados. A proposta recebeu apoio de senadores de vários partidos, como César Borges (PR-BA) e Osmar Dias (PDT-PR), que defenderam os investimentos estrangeiros na agricultura brasileira.

Antônio Carlos Valadares disse, durante a reunião, que a proposta da audiência pública surgiu como uma resposta à preocupação com o grande interesse de fundos de investimentos e de grandes corporações multinacionais pela aquisição de terras no Brasil.

- O jornal O Estado de S. Paulo publicou recentemente uma reportagem sobre o lado visível deste movimento de compra de terras do Brasil associado a vários projetos e interesses - informou Valadares.

Um exemplo citado pela reportagem ocorre no oeste da Bahia, ainda segundo o senador. Nessa região, em torno do município Luiz Eduardo Magalhães, já na década de 1990, fazendeiros americanos começaram a comprar terra para produzir milho, soja, algodão. Agora, já estão chegando australianos, holandeses e fazendeiros de nacionalidades diversas.

Valadares disse que lhe chamou a atenção, ainda, a compra de 19 mil hectares de terras no Paraná por empresas americanas, sob a alegação de preservação ambiental. Esse é também o motivo apresentado, segundo o senador, por vários grupos estrangeiros que compram terras na Amazônia brasileira.

- Sabemos também do interesse de grupos estrangeiros por investimentos na produção de combustíveis alternativos, em cujo centro o Brasil se situa com a tecnologia para a produção de álcool - lembrou Valadares.



30/10/2007

Agência Senado


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