Ministro da Saúde aponta circulação limitada da gripe suína no Brasil



Embora admita a impossibilidade de se prever o comportamento futuro do vírus H1N1, causador da gripe suína (influenza A), o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou que, no momento, a circulação da doença no Brasil é limitada. De acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, divulgado no início da tarde desta terça-feira (12), mantêm-se os oito casos confirmados da doença no país. As autoridades de saúde ainda acompanham 32 casos suspeitos, distribuídos pelos estados de São Paulo (14), Rio de Janeiro (4), Alagoas (2), Minas Gerais (2), Paraná (2), Pernambuco (2), Ceará (1), Rondônia (1) e pelo Distrito Federal (4), e monitoram mais 29 eventuais casos em dez estados, tendo descartado outros 168 possíveis registros da influenza A.

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Um balanço das ações de prevenção e combate à disseminação do H1N1 no Brasil foi apresentado por Temporão, nesta quarta-feira (12), em audiência pública da Comissão de Assuntos Sociais (CAS). Segundo explicou, a estratégia implementada pelas autoridades sanitárias brasileiras está amparada nas orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS), que mantém o nível de alerta 5 para essa doença. Esse patamar se justifica pela existência de apenas três países (Estados Unidos, México e Canadá) com transmissão sustentada e continuada da influenza A, podendo alcançar o nível 6 se esse ritmo de contaminação chegar a outro continente.

Temporão informou ainda que apenas três laboratórios do país - Fundação Oswaldo Cruz (RJ), Adolfo Lutz (SP) e Evandro Chagas (PA) - estão capacitados para detectar a doença, que atinge mais crianças e adultos jovens. Sobre a produção de uma vacina, o ministro adiantou que o Instituto Butantã (SP) é candidato a fazê-lo, mas ainda depende da cepa do vírus a ser fornecida pela OMS. O ministro estimou que esse processo leve mais de seis meses para ser concluído.

Em relação aos recursos para o controle da gripe suína, Temporão sustentou serem suficientes os R$ 141 milhões de crédito suplementar a serem liberados por meio de medida provisória. Ressaltou ainda a existência de 54 unidades de referência hospitalar no tratamento da doença, com 829 leitos disponíveis. O estoque de medicamento para combate ao H1N1 chega a 12.500 kits, sendo metade para adultos e metade para crianças, porém o Ministério da Saúde já negocia a produção de kits para viabilizar mais de 800 mil tratamentos.

Dengue e malária

O ministro da Saúde aproveitou a audiência para destacar os avanços no combate à dengue no país. Segundo informou, o número de casos caiu 49% em relação ao ano passado, sofrendo uma redução dos 440.360 casos notificados entre 1º de janeiro e 11 de abril de 2008 para 226.513 notificações no mesmo período deste ano. Com base ainda nessa comparação, constatou-se que 18 estados, mais o Distrito Federal, registraram redução nos casos de dengue. Apenas oito tiveram aumento na incidência da doença: Acre, Amapá, Roraima, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Temporão também salientou a queda de quase 50% (de 607 mil para 315 mil casos) entre 2005 e 2008 nas notificações de malária no país. A ampliação do diagnóstico, a melhoria na estrutura de atendimento, a expansão da rede laboratorial de detecção da doença e a aplicação de remédios mais eficazes resultaram em um menor número de casos e internações e aceleraram o processo de cura. Entre 2002 e 2007, foram 40 mil internações a menos, gerando uma economia de R$ 7 milhões aos cofres públicos.

Por fim, o ministro abordou o Programa Mais Saúde (conhecido como PAC da Saúde), orçado em R$ 90 bilhões e lançado em 2007 com 175 metas. Temporão expôs aos senadores alguns resultados da iniciativa até janeiro de 2009, como o aumento em 10% nas equipes do Programa Saúde da Família e o processo de erradicação da rubéola e da síndrome da rubéola congênita, o que deve render certificação da OMS ao país. Para 2009, o Mais Saúde está focado em 31 pontos estratégicos, como a ampliação da vasectomia como técnica de planejamento familiar, expansão da rede e da oferta de medicamentos na Farmácia Popular, combate à tuberculose, hanseníase, malária e dengue.

Simone Franco / Agência Senado



12/05/2009

Agência Senado


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