Ministro diz na CAE que ainda acredita que país crescerá de 4 a 4,5% este ano



Durante audiência pública realizada nesta quinta-feira (30) pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) sobre a crise financeira mundial e suas repercussões no Brasil, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse acreditar que, apesar das turbulências, o país tem condições de crescer este ano a taxas de 4% a 4,5% conforme havia previsto.

Mantega aproveitou a reunião para pedir ao Congresso Nacional que não aprove nenhuma medida destinada a aumentar os gastos de custeio com o funcionalismo público e o setor previdenciário. Mas deixou claro que o governo mantém sob controle os atuais gastos.

O ministro da Fazenda voltou a defender a imediata criação do Fundo Soberano, como forma de administrar não somente o câmbio e as reservas, mas principalmente a questão fiscal, destinada a aumentar as reservas brasileiras. Ele também aconselhou a Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO) a esperar a estabilidade da economia mundial para dar prosseguimento à análise e posterior aprovação do Orçamento da União para 2009.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), endereçou aos dois convidados uma série de perguntas e chegou a formular a seguinte indagação: o Brasil teria fôlego para combater a crise caso o atual governo não tivesse em mãos mecanismos aprovados e adotados no governo Fernando Henrique Cardoso, "e criticados à época pelo PT", como a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional (Proer)? Em resposta, Mantega foi claro: o Brasil é o que é hoje graças ao trabalho de vários governos, incluindo o de Fernando Henrique.

Produtores

O senador Osmar Dias (PDT-PR) cobrou de Mantega a imediata liberação de recursos para garantir o plantio da safra brasileira. Para ele, o crédito agrícola, apesar de anunciado pelo governo, não está chegando aos produtores e cooperativas, o que vem gerando incertezas.

- A melhor maneira de se combater a crise é produzir cada vez mais - resumiu Osmar Dias na defesa da liberação dos recursos para os produtores, especialmente os do seu estado, o Paraná.

Em resposta, Mantega atribuiu o problema a questões operacionais na área administrativa, mas informou que produtores paranaenses, especialmente os de trigo, já estão sendo atendidos pelas agências do Banco do Brasil.

O senador Wellington Salgado (PMDB-MG) propôs a criação de um Banco Central único para a América Latina, enquanto o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) defendeu o crescimento econômico aliado a uma melhor distribuição de renda.

Crise em debate

A partir da próxima quinta-feira (6) a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) inicia uma série de debates com especialistas em economia para debater e apresentar saídas para que o país possa enfrentar a atual crise financeira. O anúncio foi feito pelo presidente do colegiado, senador Aloizio Mercadante (PT-SP).

Deverão ser convidados para o primeiro fórum os economistas Edmar Bacha, Antonio Celso Pastore, Paulo Guedes, Delfim Netto, Paulo Nogueira Batista e Luiz Gonzaga Beluzo.



30/10/2008

Agência Senado


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