MIS: exposição do fotógrafo Luis Humberto abre uma janela para o mundo



Mostra começa na quinta-feira, 4, e vai até 4 de novembro

Luis Humberto, um dos maiores nomes da fotografia nacional, que acompanhou nas últimas décadas os bastidores do poder em Brasília, expõe no Museu da Imagem e do Som 195 imagens que sintetizam seu trabalho, uma retrospectiva de 45 anos de carreira.

A mostra aborda os temas: família, política e cidade, em sete coleções: “Liturgia do Poder”, com personalidades políticas da ditadura militar; “Tempo Veloz”, com imagens da família do jornalista; “Paisagem Doméstica”, com os vestígios e rastros deixados pelos habitantes no ambiente doméstico; “O Homem e o Espaço”, sobre a relação dos homens com a arquitetura de Brasília e “Cerrado”, a flora do cerrado brasileiro.

A coleção “Do lado de dentro de minha porta, do lado de fora de minha janela”, com o mesmo nome da exposição, propõe uma ligação entre todas as coleções e explora o universo imagético do fotógrafo a partir dos vários temas abordados, estabelecendo conexões e um conjunto único.

Formado em arquitetura pela antiga Universidade do Brasil, atual Universidade Federal do Rio de Janeiro, Luis Humberto foi um dos fundadores da Universidade de Brasília, onde lecionou. Começou seu trabalho como fotógrafo em 1962 e trabalhou nas revistas Realidade, Veja e Isto É e no Jornal de Brasília.

Luis Humberto revela que começou a fotografar por uma razão familiar: o nascimento de seu filho. Queria registrar momentos especiais e “guardar o que o tempo varre da memória”. Com o tempo nasceram outros filhos, os netos, e Humberto continuou fotografando. Algum desses trabalhos estarão expostos na parte “Tempo Veloz”.

O artista ficou famoso por seu trabalho durante a ditadura militar. Na época ele já morava em Brasília e perto dos principais acontecimentos políticos do país. “Eu estava preocupado em mostrar a face visível da ditadura, eram pessoas comuns; só que com o poder na mão, o utilizavam de uma forma brutal”, recorda.

Ele não sentiu diretamente os efeitos da ditadura, mas teve alguns de seus trabalhos vetados pelos censores. “Não me deixavam fotografar algumas reuniões, mas não tive muitos problemas com a censura, até por que nem todos conseguem enxergar o que uma imagem transmite”.

Também afirma que fazer trabalhos elaborados era um diferencial do período. “A política editorial eram ‘cutucar’ a ditadura, hoje isso acabou”.

SERVIÇO

Luis Humberto, fotógrafo -  Do lado de dentro de minha porta, do lado fora de minha janela.

4 de outubro, às 20h.

Até dia 4 de novembro.

Avenida Europa, 158.

De terça a domingo, das 10h às 18h.

Ingressos: R$3 e e meia-entrada, no sábado, a entrada é franca.

Tel.: 3062-9197/ 3088-0896.

Da Secretaria Estadual da Cultura

(I.P.)



10/03/2007


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