Missão do RS tenta vender mais à China





Missão do RS tenta vender mais à China
A China é o terceiro principal destino das exportações gaúchas, mas no volume total de importações chinesas, que está em torno de US$ 225 bilhões, a participação do Rio Grande do Sul é muito pequena, e o Estado só consegue ocupar 0,1% desse mercado. Para aumentar a presença dos produtos gaúchos no mercado chinês, fortalecer o intercâmbio comercial e também estimular o relacionamento institucional entre o Estado e a China, uma missão governamental e empresarial liderada pelo governador Olívio Dutra (PT) visitará o país entre os dias 30 de novembro e 11 de dezembro.

O secretário de Desenvolvimento e Assuntos Internacionais, José Luiz Vianna Moraes, informou que é a primeira vez que uma missão oficial de um estado brasileiro estará na China. O governo vai aproveitar para avaliar a possibilidade de manter um representante na China para tratar do intercâmbio com o estado. Ele poderá aproveitar as instalações da Câmara de Comércio Brasil-China em Beijing ou ocorrer a abertura de um escritório comercial do Rio Grande do Sul.

Além do governador e dois secretários estaduais - José Hermeto Hoffmann, da Agricultura, também acompanha - a comitiva gaúcha é composta por 11 representantes de segmentos industriais e entidades empresariais. A idéia é aproveitar o potencial do mercado chinês para oferecer produtos de maior valor agregado. Apenas as quatro cidades a ser visitadas pelos gaúchos - Beijing, Shangai, Hubei e Hong Kong - são responsáveis por importações anuais de US$ 58 bilhões. “Queremos abrir portas e criar pontes”, disse Moraes.

As exportações do Rio Grande do Sul para a China ainda são concentradas em soja e produtos agropecuários. De janeiro a setembro de 2001 os negócios do estado com os chineses renderam US$ 354,16 milhões. Dessa receita, US$ 264,37 milhões corresponderam a venda de sementes, grãos e frutos oleaginosos. Tabaco é o segundo produto mais vendido para os chineses e totalizou US$ 56,12 milhões, enquanto peles e couros deram ao Rio Grande do Sul um faturamento de US$ 20,47 milhões.


Aumenta a venda de adubos na Região Sul
Os três Estados do Sul deverão ter este ano um consumo de fertilizantes 2% maior que o do exercício passado, segundo previsão do Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas do Paraná (Sindadubos). A região - responsável na última safra por quase um terço da demanda nacional - deve absorver cerca de 330 mil toneladas a mais que as 4,59 milhões de toneladas vendidas pelo setor em 2000.

Somente o Paraná, maior produtor de grãos do País - com 25% da produção brasileira, e segundo maior consumidor de fertilizantes -, havia registrado vendas de 2,43 milhões de toneladas deste produto no último ano, o dobro do volume movimento pelas agriculturas catarinense e gaúcha. “Tivemos uma boa safra, além da vantagem cambial que permitiu exportar mais, contribuindo para a capitalização do agricultor”, explica Robson Mafioletti, analista técnico e econômico do Sindicato Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar).
No ano passado, o Paraná colheu 24,09 milhões de toneladas de grãos, 24,7% da produção brasileira de 97 milhões de toneladas, numa safra que, além de ser um recorde histórico, foi 44% superior à anterior. “Aumento do uso de fertilizantes significa mais tecnologia e, dependendo das condições climáticas, possibilidade de produtividade maior”, completa.

A expectativa é de aumento na adubação no Paraná, embora a área com milho no Estado tenha caído em 17% este ano, segundo afirma o analista da Ocepar. A cultura do milho absorve de 20% a 30% mais fertilizantes que a da soja, de acordo com Edésio Castelassi, presidente do Sindadubos. Nesta safra, muitos sojicultores optaram por reduzir o tamanho das lavouras de milho, substituindo-a com soja, num aumento total calculado em 17%.

No ano passado, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul absorveram 28% das 16,39 milhões de toneladas de fertilizantes vendidas no Brasil, segundo a Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda), que reúne os fabricantes nacionais e multinacionais instalados no Brasil. O último levantamento da Anda informa que, de janeiro a agosto do atual exercício, o setor vendeu 9,33 milhões de toneladas, volume 3,7% superior ao mesmo período de 2000. Apenas em agosto, a comercialização somou 2,24 milhões de toneladas, número 9,3% maior que o mesmo mês do ano anterior.

No máximo, cresceremos 2% nos três Estados do Sul”, adverte o presidente do Sindadubos, ao lembrar que o Paraná não tem mais fronteiras agrícolas para abrir e que os investimentos nesta área se concentram principalmente no aumento da tecnologia e na reforma de pastagens.
Embora os preços da soja estejam, na média até outubro deste exercício (R$ 20,08 a saca de 60 quilos), maiores que as médias dos últimos três anos (R$ 17,21 em 2000, R$ 14,91 em 99 e R$ 12,8 em 98), o agricultor continua tendo de gastar mais para comprar fertilizantes. De janeiro a julho deste ano, o sojicultor tinha de desembolsar o equivalente a 20,3 sacas de 60 quilos da oleaginosa para comprar 1 tonelada de fertilizante, segundo estatística da Anda. Nas safras anteriores, levando-se em consideração o ano todo, o produtor gastava o correspondente a 18,9 sacas (2000), 20,7 sacas (99) e 16,9 (98).

Considerando o preço de setembro de R$ 472 para uma tonelada de fertilizante na formulação NPK 2-30-10 no Paraná, o sojicultor gastaria 24 sacas de soja para comprar uma tonelada do adubo, segundo cálculos da agrônoma Margorete Demarchi, do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab). O fertilizante representaria 13,4% do custo variável de produção da soja. No caso do milho, eqüivaleria a 31% do custo variável.
Embora preveja uma ligeira expansão, o setor de fertilizantes reclama de um aumento dos custos de produção, que foram pressionados pela desvalorização do real frente ao dólar. Como o produto é processado a partir de uma quantidade de matéria-prima importada, o lucro diminuiu. “A margem dos fabricantes reduziu este ano”, declara o presidente do Sindadubos, preferindo não revelar mais detalhes.


Exportação cresce quase 13% no ano em Santa Catarina
O crescimento das exportações catarinenses, de 7,4% em outubro, em relação a setembro, e de 12,9% no acumulado do ano, indicam que o Estado vai fechar 2001 com um resultado recorde em sua balança comercial. O saldo atual, de US$ 1,80 bilhão, já é o maior conseguido em apenas um ano, e tende a subir ainda mais até dezembro. Só um espetacular e inesperado volume de importações poderia reduzir esta marca. O saldo da balança comercial vem subindo nos últimos quatro anos, tendo passado de US$ 1,33 bilhão em 1998 para US$ 1,68 bilhão em 1999 e US$ 1,75 bilhão em 2000.

As vendas ao exterior de outubro foram de US$ 269,4 milhões, revela um levantamento feito pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) com base nos dados do sistema Alice da Secretaria do Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. O acumulado do ano, de US$ 2,53 bilhões, mantém Santa Catarina como o quinto maior exportador entre os estados brasileiros, atrás de São Paulo (US$ 17,33 bilhões), Rio Grande do Sul (US$ 5,49 bilhões), Minas Gerais (US$ 5,14 bilhões) e Paraná (US$ 4,53 bilhões).

“Estamos vivendo um ano positivo devido à estratégia adotada pelas empresas catarinenses de buscar novos mercados como o Oriente Médio e, principalmente, a Rússia”, analisa o presidente da Fiesc, José Fernando Xavier Faraco.
Há um ano país euro-asiático nem figurava entre os maiores compradores do Estado. Hoje já é o quarto maior parceiro comercial de Santa Catarina. Suas compras, especialmente da carne suína, saltaram de US $ 22,8 milhões em 2000 para US$ 156,4 milhões em 2001, um crescimento percentual de 584%.

Os Estados Unidos continuam sendo o primeiro destino das exportações catarinenses, com um valor acumulado de US$ 589,9 milhões de janeiro a outubro de 2001. O crescimento sobre o mesmo período de 2000, no entanto, é de apenas 3,25%. A Argentina ainda figura em segundo lugar, com US$ 214,5 milhões, 10,4% menos do que o valor atingido de janeiro a outubro do ano passado. A Alemanha, terceiro maior importador de produtos catarinenses, comprou 11,8% mais neste ano, US$ 195,2 milhões.

Faraco lembra, ainda, que o desempenho de Santa Catarina é melhor que o da média nacional das exportações, que teve acréscimo de 5,21% em outubro e 7,26% no acumulado do ano.
A carne de frango lidera a lista como o produto mais vendido pelo Estado, com US$ 460,7 milhões, um valor 58,8% superior ao dos dez primeiros meses de 2000. O maior incremento percentual, no entanto, é o da carne de suíno, de 67,4%. Outros itens com crescimento significativo são as madeiras de coníferas (20,8%), portas e soleiras (12,1%), papel kraftliner (6,55%) e motores e geradores elétricos (8,14%).

Nas importações, o produto que mais pesa no resultado é a farinha de trigo (US$ 43,5 milhões de janeiro a outubro, crescimento de 22,7%). Entram na lista também farinhas e “pallets” de soja, grãos de soja e algodão. Os principais fornecedores são a Argentina, Alemanha, Estados Unidos e Itália.


Governo gaúcho busca US$ 495 milhões do BID para o Pró-Guaíba
O governo do Rio Grande do Sul iniciou oficialmente as negociações com o Banco Inter-Americano de Desenvolvimento (BID) para liberação dos US$ 495 milhões que serão investidos no Programa Pró-Guaíba Módulo II, etapa que se inicia no segundo semestre de 2002 e tem duração de dez anos.

A equipe que gerencia o Pró-Guaíba, programa de recuperação ambiental da bacia hidrográfica do Rio Guaíba, retornou recentemente de Washington e se comprometeu a preparar, no prazo de três meses, a avaliação do impacto de implantação do Módulo I, com parâmetros indicativos para demonstrar os resultados. No prazo máximo de seis meses uma missão do BID deve vir a Porto Alegre para debater os detalhes do segundo módulo.

Nos dias 19 e 20 de novembro, a delegação gaúcha apresentou a situação de execução do primeiro módulo e também a proposta para a segunda etapa. A aprovação do financiamento está dependendo da capacidade de endividamento do Rio Grande do Sul.
Na avaliação do diretor do Departamento de Projetos Especiais do Estado, Antonio Ernani Martins Lima, a renegociação da dívida estadual de títulos públicos com o Governo Federal, que soma cerca de R$ 10 bilhões a serem pagos ao longo de 30 anos, com juros de 6% por ano, diminui o poder de contrapartida do governo gaúcho no projeto, que é de 40% do total a ser investido. “Acreditamos que não deve haver complicações, de acordo com o que já foi levantado pela Secretaria Estadual da Fazenda”, disse Lima.

O Rio Grande do Sul tem três grandes projetos especiais. Na área de desenvolvimento do turismo, o Prodetur, que já teve um financiamento de US$ 120 milhões aprovado; na área ambiental, o Pró-Guaíba Módulo II; e na social, o Programa de Inclusão Social, ambos ainda em fase de negociação dos recursos. A expectativa do secretário do Meio Ambiente, Claúdio Langone, é obter até dezembro o aval do financiamento do Módulo II na Comissão de Financiamento Externo no Brasil. A última etapa será aprovar o programa no Senado.
O BID sugeriu que o financiamento do Módulo II seja contratado em duas fases: US$ 300 milhões para os primeiros cinco anos e o US$ 195 milhões restante nos próximos cinco anos.

Entre as ações do Módulo II do Pró-Guaíba estão as obras de tratamento de esgoto e resíduos sólidos e proteção das nascentes nas 50 principais cidades da Região Hidrográfica do Guaíba. Ao todo são 39 ações estruturadoras, compostas por intervenções nas áreas de esgotamento sanitário, lixo, unidades de conservação, manejo do solo urbano e do solo agrícola, que beneficiarão 200 municípios gaúchos.
A principal diferença em relação ao Módulo I, que se encerra em julho de 2002, é a descentralização das atividades em Porto Alegre. A capital recebeu investimento de US$ 5,5 milhões para melhoria da coleta e tratamento de resíduos sólidos. As cargas lançados pelas indústrias no Guaíba foram reduzidas em 90%.

Quatro estações de tratamento foram construídas, duas em Porto Alegre e duas em Cachoeirinha e Gravataí que beneficiaram 500 mil pessoas. Também foram feitos projetos de reflorestamento para ampliar a cobertura vegetal de 5,3 mil hectares. Atualmente está em fase de implantação a rede de monitoramento do ar, água e solo em um Sistema de Informações Geográficas para controle da gestão ambiental na Bacia do Guaíba. O Módulo I demandou investimentos na ordem de US$ 220,5 milhões.


Colunistas

NOMES & NOTAS

Telecomunicações
O IV Congresso Internacional de Infra-Estrutura para Telecomunicações (CININTEL 2001), que começa hoje, em Foz do Iguaçú, no Paraná, terá a participação do superintendente de Radiofreqüência e Fiscalização da ANATEL, Edison Ribeiro dos Santos. O evento é dirigido ao público especializado, pertencente a indústria de infra-estrutura de telecomunicações, que representa de 7% a 9% do montante de todos os investimentos em telecomunicações do País.

Convênio
O secretário da Agricultura e Abastecimento, Antonio Poloni, e o delegado federal do Ministério da Agricultura no Paraná, Gil Bueno de Magalhães, assinaram convênio pelo qual o serviço de Defesa Agropecuário do Estado vai receber cerca de R$ 6 milhões destinados ao custeio e investimentos. O convênio vai viabilizar a compra de veículos, equipamentos e materiais de laboratório e treinamento de médicos veterinários e engenheiros agrônomos.

Prêmio
O Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças, do Paraná, escolheu o diretor financeiro da América Latina Logística (ALL), Bernardo Hees, como um dos ganhadores do prêmio “O Equilibrista”. A homenagem é concedida aos executivos de finanças que se destacaram com profissionalismo e talento ao longo do ano. Foi Hees quem coordenou as negociações que resultaram no arrendamento dos ativos da Delara, transformando a ALL na maior empresa de logística de transportes multimodal (ferroviário e rodoviário) da América Latina. Com o arrendamento, a ALL passou a contar com 15 mil quilômetros de trilhos no Brasil e Argentina, uma frota de 3 mil caminhões próprios e agregados, 500 locomotivas e 17 mil vagões, com um quadro de funcionários próximo de 5 mil pessoas. A empresa projeta um faturamento superior a R$ 1 bilhão no próximo ano.

Unimed
A Unimed Curitiba inaugura hoje, no Shopping Center Novo Batel, a sua maior unidade de atendimento ao usuário. Serão 240 metros quadrados, onde 20 terminais de atendimento proporcionarão maior conforto e facilidade de acesso aos clientes da cooperativa.

Otimismo
A reabertura do financiamento de imóveis para a classe média pela Caixa Econômica Federal, anunciado na semana passada, não vai alterar o otimismo dos empresários do setor de consórcio de imóveis. O franqueado em Florianópolis da Racon Consórcio de Imóveis, do grupo Randon, Cláudio Machado, observou que o foco das administradoras é o consumidor aque quer escapar das taxas de juros de até 5,5% ao ano e mais TJLP.

Palestra
O embaixador e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, estará em Curitiba, hoje, proferindo palestra sobre a situação econômica brasileira, às 17 horas, no auditório 1 do Cietep.


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11/26/2001


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