Momento deve ser de diálogo, diz Paulo Paim



O senador Paulo Paim (PT-RS) disse, em discurso nesta quinta-feira (13), ao analisar a rejeição da proposta que prorrogava a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que o momento deve ser de diálogo e respeito, "sem demonizar quem votou contra ou a favor". A proposição foi rejeitada pelo Plenário do Senado em votação que se encerrou na madrugada desta quinta-feira.

O senador disse acreditar que, mesmo após os desencontros e discussões gerados com a votação, todos os senadores buscarão um entendimento no sentido de encontrar alternativas à falta dos quase R$ 40 bilhões que seriam arrecadados com a CPMF, tendo em vista o que é melhor para o Brasil. Paim admitiu que a proposta do Executivo, feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de dirigir todos os recursos arrecadados com a CPMF unicamente para a Saúde, chegou tarde ao Senado. Na sua avaliação, se a proposta tivesse sido feita antes, a CPMF teria sido aprovada.

Muitos senadores apartearam o discurso de Paim, para debater o que foi chamado pelo senador Delcídio Amaral de "ressaca". Ele ressaltou que, em sua visão, a CPMF não será mais discutida e que o governo compreendeu a derrota.

- A vida continua, temos que discutir uma reforma tributária, e não conversar mais sobre algo provisório - disse Delcídio.

Na avaliação do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), o governo "cometeu um haraquiri", com arrogância e sem conversar com os senadores. Ele criticou os membros da base do governo, que não contribuíram para o diálogo. O senador Cícero Lucena (PSDB-PB) ressaltou que a construção através da unidade é o caminho mais sábio. Idéia semelhante também foi defendida pelo senador Romeu Tuma (PTB-SP).

Com discurso diferente, a senadora Serys Slhessarenko (PT-MT) fez um alerta, dizendo que os parlamentares deveriam ter pensando melhor antes de rejeitar a continuidade da CPMF. Ela acusou a oposição de querer impor uma derrota ao governo para "ver depois o que acontece", frisando que o povo mais carente e necessitado, que precisa de políticas públicas não pode pagar por isso. Defendeu ainda o senador Pedro Simon (PMDB-RS), que propôs o adiamento da votação da proposta na sessão passada e foi duramente criticado. Heráclito Fortes, por sua vez, acusou o governo de usar Simon para propor "o que ninguém teve coragem".

Orçamento

O senador Francisco Dornelles (PP-RJ) criticou declaração do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que anunciar a retirada da proposta orçamentária de 2008 em análise no Congresso para reajustá-la à ausência dos recursos da CPMF. Pela Constituição, explicou Dornelles, é tarefa do Congresso fazer as adaptações ao orçamento a essa altura.

- Não pode o Executivo achar que orçamento é só dele - disse.



13/12/2007

Agência Senado


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