Mônica Barros diz que sua luta valeu a pena
Sem conseguir esconder a emoção, a defensora pública Mônica Maria de Paula Barroso veio ao Congresso receber o diploma Mulher-Cidadã Bertha Lutz. Mônica lida no cotidiano com mulheres que vivem em meio à grande pobreza, ameaçadas e agredidas, e disse que a premiação é um "momento único", que dá grande visibilidade ao trabalho que realiza.
- Esse prêmio é um sinal de que minha luta valeu a pena. Nós as mulheres somos as mantenedoras da vida.Temos que ver que esse poder é tão importante quanto o masculino. Precisamos trazer os homens para nossa luta - afirmou em entrevista à Agência Senado .
A defensora, que já foi a juíza mais nova do Ceará e abandonou o cargo para poder defender os mais necessitados, contou que já veio várias vezes ao Congresso procurando ser ouvida pelos parlamentares, e que, neste 9 de março, "pisava os tapetes azuis para receber homenagens".
Mônica Barroso aproveitou para pedir aos parlamentares o fortalecimento da Defensoria Pública, lembrando que este é um pilar da democracia. Ela também pediu apoio na luta contra a exploração da prostituição infantil. Há 20 anos, Mônica trabalha com mulheres em situação de risco pessoal. A defensora destaca que 80% das mulheres que sofrem violência são agredidas por maridos ou companheiros, dentro do lar, local onde deveriam estar protegidas.
Mônica atua na Defensoria Pública em Fortaleza (CE). Participa de um grupo de trabalho no Ministério da Justiça encarregado de elaborar a proposta da política nacional de casas-abrigo e presta consultoria ao Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. Foi eleita, em 1999, vice-presidente do Colégio Brasileiro de Mulheres Advogadas na Conferência Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e esteve presente na formação da OAB Mulher de São Paulo.
09/03/2004
Agência Senado
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