MOREIRA MENDES CRITICA ATUAÇÃO DO BASA EM RONDÔNIA



A atuação do Banco da Amazônia (Basa) no estado de Rondônia foi criticada nesta quarta-feira (dia 1º) pelo senador Moreira Mendes (PFL-RO). Segundo o senador, dos R$ 192 milhões destinados a Rondônia no triênio 1997-1999, somente R$ 81,2 milhões, ou menos da metade do total disponível, foram de fato investidos.
Isto ocorre, segundo Moreira Mendes, porque o Basa quer garantias que nem os bancos privados exigem para conceder empréstimos aos agricultores. O senador citou casos de agricultores que desistiram de contratar empréstimos no Basa devido às inúmeras garantias exigidas, na maioria das vezes até superiores ao valor do próprio empréstimo.
- Será que ao banco não interessa usar o dinheiro, mas retê-lo e capitalizar os rendimentos para si mesmo? - questionou.
Moreira Mendes ressaltou que o estado quer, apenas, que lhe sejam destinados os meios de financiamento para seu desenvolvimento, "sem favores ou privilégios".
- Queremos apenas que o Banco, que existe para tal tarefa, a desempenhe em favor de quem produz, não em seu próprio benefício, como parece ser o caso do Basa - afirmou.
O senador Ernandes Amorim (PPB-RO) condenou que chamou de "má vontade violenta" do Basa e do Banco do Brasil para com quem quer produzir e trabalhar. O governo federal, afirmou o senador, deveria fiscalizar a atuação desses bancos na Amazônia. O senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR) se disse constrangido em ocupar a tribuna do Senado para reclamar de um banco que deveria financiar o desenvolvimento da região e solicitou aos ministros do Desenvolvimento e da Fazenda que mudem a postura do Basa, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.
O senador Sebastião Rocha (PDT-AP) disse que vivia o dilema de ter a obrigação de defender essas instituições (incluindo a Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia - Sudam), enquanto estas têm dívidas muito grandes com a região Amazônica. O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) disse estar ouvindo as mesmas reclamações dos parlamentares nordestinos. "O tratamento é o mesmo. Os recursos são poucos e mal distribuídos", afirmou.

01/03/2000

Agência Senado


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