MOREIRA MENDES DIZ QUE DEMISSÕES EM RONDÔNIA FORAM EXIGÊNCIA DA LEI CAMATA
- Lamento pelos que foram afastados. Mas sou obrigado a, corajosamente e sem demagogia, aceitar o dispositivo da Lei Camata. Por mais dura que seja, ela não discrimina ninguém, busca apenas fazer justiça - afirmou.
Na opinião do senador, se para para alguns a situação é de intranqüilidade causada pelo desemprego, para a maioria da população do estado o momento é de expectativa, pelo da possibilidade de receber mais ações do governo em estradas, saúde e ação social, graças à economia mensal de aproximadamente R$ 7 milhões causada pelo enxugamento da folha do funcionalismo.
Moreira Mendes atribuiu ao governador anterior de Rondônia, Waldir Raupp, o desequilíbrio das contas do estado, que, para evitar as demissões, precisaria reduzir suas despesas ou aumentar receitas em R$ 8 milhões. Ele informou que um dos principais responsáveis pelo crescimento da dívida pública estadual foi a intervenção do Banco Central no Banco do Estado de Rondônia (Beron), "aliada à conivência e omissão explícita do ex-governador".
Segundo o senador, em 1995, quando o Banco Central assumiu o comando do Beron, existia uma dívida de R$ 36 milhões. Este montante aproximou-se dos R$ 600 milhões três anos e meio depois, ao final da liquidação. Moreira Mendes revelou que por causa desta dívida, o Governo de Rondônia está pagando mensalmente R$ 4,5 milhões, já descontados do Fundo de Participação do Estado (FPE), e continuará pagando pelos próximos 30 anos.
Foi também no governo Waldir Raupp, de acordo com Moreira Mendes, que foram contraídas duas operações de Antecipação de Receita Orçamentária (ARO) que ultrapassam R$ 230 milhões e que foram renegociadas com o governo federal. O senador acrescentou que, pelas operações, Rondônia deverá pagar pelos próximos 30 anos R$ 2,5 milhões mensais. Além disso, há, conforme o senador, mais R$ 1 milhão que o Governo paga hoje à Centrais Elétricas de Rondônia (Ceron), e vai continuar pagando pelos próximos 60 meses, a título de dívida do Estado com energia elétrica, e R$ 800 mil mensais, em 24 meses, de desvio de recursos do Planafloro. Moreira Mendes sustenta que todas as dívidas foram assumidas no governo Raupp.
25/01/2000
Agência Senado
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