MORRE O SENADOR VILSON KLEINÜBING



O senador Vilson Kleinübing (PFL-SC) morreu hoje (23), aos 54 anos, vitimado por um câncer nos pulmões. Kleinübing era vice-líder do governo no Senado e um dos mais ativos senadores na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Sua atuação na CPI dos Títulos Públicos também evidenciou a preocupação com o zelo na fiscalização do endividamento público de estados e municípios, uma das principais competências do Senado Federal. Gaúcho, engenheiro mecânico formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Kleinübing era casado e pai de três filhos. Estreou na vida pública em 1982, como deputado federal pelo seu estado de adoção, Santa Catarina. Ocupou cargos no Executivo local, foi eleito prefeito de Blumenau e governou o estado entre 1990 e 1994. Desde então, ocupava uma cadeira no Senado, onde ficaria até 2003.Atento aos problemas da economia nacional, foi o relator da Resolução 78/98, que fixou regras mais severas para conter o endividamento de estados e municípios, além de suas fundações e autarquias. Integrante da CAE e da Comissão de Serviços de Infra-estrutura, Kleinübing sempre defendeu a austeridade administrativa, e incluiu na Resolução 78 todas as recomendações da CPI dos Títulos Públicos a fim de evitar que governadores ou prefeitos em fim de mandato contraíssem dívidas para seus sucessores pagarem. A resolução proposta pelo senador e aprovada em junho passado prevê, entre outras medidas, o aumento dos requisitos para que esses administradores públicos contratem operações de antecipação de receita orçamentária (ARO).No final do ano passado, Kleinübing dedicou-se aos trabalhos da CPI dos Títulos Públicos, quando foi um dos mais eficazes esquadrinhadores do mecanismo criado por funcionários da prefeitura de São Paulo para permitir a venda no mercado financeiro de títulos de governos e prefeituras sem recursos. Além de investigar minuciosamente a teia de irregularidades formada com a participação de bancos e corretoras de fachada, Kleinübing participava dos trabalhos de inquirição de suspeitos até altas horas da madrugada.Foi em 1996 que ele descobriu que tinha câncer no pulmão. O tratamento quimioterápico provocou a queda do seu cabelo, mas Kleinübing jamais deu manifestações de autopiedade - trabalhou normalmente, dando o máximo de suas energias até a conclusão das atividades da CPI. Continuou a ser um dos mais ativos senadores até as vésperas do recesso parlamentar, em julho. Posteriormente, o câncer expandiu-se, ramificando-se pela pleura, esôfago e traquéia, o que comprometeu sua capacidade respiratória, mas não sua consciência.Nascido em 9 de setembro de 1944, em Montenegro (RS), Kleinübing era casado com Vera Maria Karan Kleinübing e teve três filhos - João Paulo, Eduardo e Diogo. Em sua vida pública, exerceu ainda os cargos de secretário de Agricultura e Abastecimento de Santa Catarina (1983) e de prefeito de Blumenau, eleito em 1988. No Senado, integrava também, como suplente, as Comissões de Educação e de Relações Exteriores e Defesa Nacional. Geraldo Althoff é o seu primeiro suplente e deverá ser convocado pela Mesa Diretora para assumir a vaga.

23/10/1998

Agência Senado


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