MOSTRA DESTACA MOMENTOS HISTÓRICOS DO BRASIL



Brasil - Memória e Futuro reúne um acervo selecionado por uma equipe de museólogos e historiadores, coordenada pelo arquiteto Carlos Antonelli Lacerda, do Museu Nacional. Para facilitar a aventura que pretende proporcionar ao visitante, ela foi dividida de acordo com quatro grandes momentos da nossa história, segundo critérios pedagógicos.
Uma grande tenda, espécie de caverna ou oca interativa está montada em pleno Salão Negro do Senado. Com uma área fechada de 255 metros quadrados, essa caverna interativa exibe em sua parte externa um painel do artista plástico Clécio Penedo, Colonização e Dependência, criado a partir de uma leitura contemporânea dos fatos e personagens históricos, objetos da mostra.
Por uma rampa, o visitante entra na exposição. Textos e imagens fazem a introdução dos quatro núcleos temáticos. Acompanhadas por um guia, turmas de cem alunos, de cada vez, levam, em média, cerca de meia hora para fazer o percurso. Mas há quem precise de até uma hora, como o estudante da 6ª série da Escola Classe 113 Norte, Lucas Lima Barbosa (15 anos).- Eu vim ver a exposição, porque a professora mandou a gente fazer uma pesquisa sobre ela. Achei ótima - disse o estudante .
Distribuídas cronologicamente, as 138 peças que integram a exposição mostram os primórdios do país, a terra e seus primeiros habitantes; o período do descobrimento à independência, passando pela colonização, a expansão territorial, a mineração e os movimentos libertários; o período da independência até os dias de hoje, envolvendo o primeiro e segundo impérios, a formação do Senado Imperial, a Lei Áurea, a implantação da República e o desenvolvimento do país.
O último módulo é um espaço multimídia no qual é mostrado o Brasil de hoje e de amanhã, suas potencialidades e projetos para o futuro. Nele são projetadas imagens do Brasil atual, em tamanho natural, e onde o visitante pode, utilizando equipamento interativo, dar sua contribuição, registrando suas aspirações para o futuro do país.
Camila Guimarães, também estudante da Escola Classe 113 Norte, disse que vibrou com o módulo interativo: "Pedi para acabar com a fome e também um novo presidente da República", disse ela.
As peças dos museus estão expostas em dez vitrines. O primeiro momento da mostra é composto por um espaço circundado por telas com pinturas rupestres, mapas, e vitrine onde estão expostos instrumentos, artefatos e armas indígenas. Chama atenção o óleo sobre tela retratando dom João VI, pintado por Jean Baptiste Debret. Integrante da Missão Artística Francesa de 1816, Debret, foi um dos artistas que se dedicaram à pintura histórica.
No seu conjunto, diz o ministro da Cultura, Francisco Weffort, "são peças que permitem o conhecimento do nosso passado, por terem feito parte de momentos ou de acontecimentos cruciais de nossa história". Para Weffort, elas vão além da apresentação dos fatos históricos, ao abarcarem aspectos culturais, sociais e religiosos significativos da sociedade brasileira.
Dificuldades tiveram de ser superadas para que fossem trazidas peças de alto valor histórico, como o sabre que dom Pedro I usava quando proclamou a independência; a caneta de ouro e prata, brilhantes e esmeraldas com a qual a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, uma medalha servindo de estojo para uma cópia miniatura da primeira Constituição em 1824; o traje majestático de dom Pedro II , o trono usado pelo imperador no Senado do Império.
Todas as peças vieram dos museus Nacional e Imperial de Petrópolis em avião da Força Aérea Brasileira. O espaço da exposição é climatizado e contém sofisticado equipamento de controle e manutenção de temperatura e umidade, necessário para evitar a degeneração das obras históricas.
Além de um numero expressivo de seguranças, seis câmaras controlam o espaço 24 horas por dia. Também fazem parte do esquema de segurança sensores de vibração nas vitrines, que são construídas com vidros laminados e blindados de oito milímetros, um sistema de detenção de incêndio, duas saídas de emergência e extintores de pó químico.
Para melhorar orientar os visitantes e tornar a mostra mais atrativa, o Senado elaborou livro homônimo, contendo ilustrações e textos sobre a exposição.
O diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, informou que o Senado já ocupa o terceiro lugar entre os pontos mais visitados no Distrito Federal, ficando atrás, apenas, do Templo da Boa Vontade e da Catedral de Brasília. "Com o sucesso dessa mostra é provável que ele alcance a liderança", prevê. Ele lembra que no mês de julho cresce o número de visitantes, pois um número expressivo de turistas brasileiros e de outros países incluem Brasília em seus roteiros.
Serviço
Exposição Brasil Memória e Futuro . Salão Negro do Senado, de segunda a sexta-feira, das 9h às 18 horas; sábados, domingos e feriados das 10h às 15 horas, até 31 de julho. Entrada gratuita.

07/06/2000

Agência Senado


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