Mozarildo Cavalcanti critica Rio+20 e diz que preocupação deve ser a de combater a pobreza



O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) lamentou, nesta terça-feira (19), que as discussões e documentos com protocolos de intenções assinados no âmbito das Nações Unidas não apresentem os resultados satisfatórios. Para ele, antes de se debater o meio ambiente, é preciso combater a pobreza. Ele se referiu a diversas conferências da ONU, e lembrou a Eco-92, realizada também no Rio de Janeiro, há 20 anos, e o Protocolo de Kyoto, assinado no Japão em 1997.

Mozarildo também mencionou as oito metas do milênio, ainda longe de serem alcançadas. Os oito objetivos estabelecidos pela ONU, em 2001, são o de erradicar a extrema pobreza e a fome, universalizar a educação primária, promover a igualdade entre sexos e a autonomia das mulheres, reduzir a mortalidade infantil, melhorar a saúde materna, combater o HIV, malária e outras doenças, garantir a sustentabilidade ambiental e estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento.

- Vejamos o sétimo e o oitavo: cuidar do meio ambiente e fazer uma parceria mundial pelo desenvolvimento. Pergunto: que parceria foi feita? Vamos pensar da Eco 92, ou Rio 92, para cá. Duas décadas. Qual foi o modelo que aconteceu? Qual foi a parceria dos países ricos com os países emergentes e com os países pobres? Na prática, nenhuma – destacou o senador, para quem os países “gastam muita energia” para discutir o meio ambiente, mas pouco se avança em relação ao tema.

Mozarildo afirmou que se os países se unissem para combater a corrupção, as metas propostas pela ONU seriam atingidas mais rapidamente e destacou que, na condição de médico, sua “preocupação principal é com o ser humano”.

- Como é que você vai pedir ao homem do interior da Amazônia, sem dinheiro, passando fome, que não se submeta a derrubar uma árvore e vender essa árvore, ou derrubar essa árvore até para construir a casa dele? – indagou.

O parlamentar disse ainda que não se pode aceitar esse “oba-oba” sobre a questão do meio ambiente, já que os oito objetivos do milênio não estão sendo cumpridos. O senador também defendeu o combate à fome e a pobreza porque, mais do que a poluição, “é isso que leva a pessoa a adoecer”.

- O Protocolo de Kyoto até hoje não foi assinado pela maioria dos países mais ricos do mundo. E aí nós ficamos aqui fazendo o oba-oba da economia verde – disse Mozarildo, atribuindo a multinacionais o interesse em debater o assunto.



19/06/2012

Agência Senado


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