Mozarildo cobra medidas do Ministério da Saúde contra dengue



O senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR) manifestou nesta quarta-feira (27) sua preocupação em relação à falta de combate efetivo à epidemia de dengue que assola o país. Para ele, é inadmissível que a saúde dos brasileiros continue em risco pela incapacidade do Ministério da Saúde de adotar as medidas de prevenção e controle dessa enfermidade. Mozarildo disse que as providências a serem tomadas já são conhecidas por todos e que está faltando vontade política e cobrança para sua adoção.

- Não posso entender que o Ministério Público e as entidades médicas do país não tomem medidas para punir os responsáveis pela doença e morte de tantos brasileiros. Eles estão aí, inclusive no comando do Ministério da Saúde e até pleiteando comandar o próprio país - afirmou.

Mozarildo afirmou que a negligência do governo com a dengue não derivou da falta de alertas sobre o que estava para acontecer. Há quatro anos, em 1998, disse o senador, o Brasil viveu a mais séria epidemia de dengue até a atual, com 560 mil casos. Ele lembrou que, no início de 2000, apresentou requerimentos ao Plenário e à Comissão de Assuntos Sociais (CAS) para que o então ministro da Saúde, José Serra, viesse ao Senado explicar o agravamento dos índices de incidência, morbidade e mortalidade da dengue e de outras doenças.

O senador também lembrou que o ex-ministro da Saúde Adib Jatene, elaborou o mais ambicioso projeto contemporâneo contra a dengue no Brasil, o Plano de Erradicação do Mosquito Aedes aegypti , aprovado pelo presidente da República e lançado em 1996 em solenidade no Palácio do Planalto. O plano previa gastos da ordem de R$ 4,5 bilhões ao longo de três anos, em educação comunitária, combate químico e saneamento. As ações envolveriam oito ministérios e incluiriam a vigilância de portos, aeroportos e fronteiras, além da ampliação da estrutura de controle da doença, inclusive com a construção de laboratórios. No entanto, disse o senador, o plano não teve continuidade.

- Foi exatamente durante a epidemia de 1998 que assumiu o Ministério da Saúde o senador José Serra, anunciando como seu objetivo imediato o combate ao mosquito transmissor da moléstia. Comparando o desafio a que se propunha com uma "guerra", prometeu que nela triunfariam as "forças da saúde". É irônico constatar que, quatro anos decorridos, no momento em que o ministério e retorna a esta Casa para se dedicar a sua campanha à Presidência da República, o país vive uma nova epidemia, que se anuncia ainda mais insidiosa do que aquela - disse Mozarildo.



27/03/2002

Agência Senado


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