Mozarildo: governo foi "altivo" ao reagir contra OEA na questão de Belo Monte




O governo brasileiro merece total solidariedade pela reação "altiva" ao pedido da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), da Organização dos Estados Americanos (OEA), para que seja suspenso o licenciamento da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). A afirmação foi feita pelo senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) nesta sexta-feira (8), em Plenário, em protesto contra o que classificou de intromissão indevida daquele órgão em assuntos internos do país.

Ao cobrar a suspensão do processo de licenciamento, o órgão da OEA deu um prazo de 15 dias para o governo brasileiro adotar uma série de medidas em defesa da proteção dos povos indígenas da Bacia do Rio Xingu. De acordo com o órgão, as comunidades indígenas que serão afetadas pela construção de Belo Monte não estão tendo seus direitos respeitados. Por meio do Ministério das Relações Exteriores, o governo considerou as recomendações "precipitadas e injustificáveis".

- A nota do governo foi até muito elegante. A OEA deveria cuidar de países onde direitos humanos elementares não estão sendo respeitados - criticou o senador.

Cobiça

Além de pedir a inclusão da nota do Itamaraty nos anais da Casa, o senador mencionou ainda a manifestação de apoio ao governo aprovada na quinta-feira (7) pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). De acordo com Mozarildo, por trás da preocupação da CIDH com questões ambientais no país e com os direitos indígenas se escondem históricos interesses de grandes países sobre a Amazônia brasileira e suas riquezas.

- Basta ver a história deles para ver que eles não cuidaram de seus nativos, quase dizimados, e de suas florestas que, ao contrário, eles devastaram - afirmou.

Mozarildo disse que, no passado, os interesses internacionais se manifestavam de forma explícita em iniciativas para entrar na Amazônia. Hoje, porém, assinalou, os interesses externos agem de forma mais "sofisticada". Parte disso, explicou o senador, seria o envolvimento de personalidades internacionais em causas relativas ao ambiente e aos povos indígenas.Ele citou desde as campanhas do cantor Sting, nos anos 80, à recente presença na região da atriz Viviane Moore e do diretor James Cameron, do filme Avatar, um dos grandes sucessos de Hollywood há dois anos.

- Eles vêm com uma preocupação de dar emoção com relação às comunidades indígenas e à preservação da Amazônia. Porém, meu pai sempre dizia: quando a esmola é grande, o santo desconfia - observou.



08/04/2011

Agência Senado


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