Mozarildo pede diálogo do governo com os médicos



Em discurso no Plenário nesta quinta-feira (1º), o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) fez um apelo para que o governo federal estabeleça um diálogo com a sociedade sobre questões como saúde e educação. O senador disse que é preciso ouvir os médicos na tentativa de melhorar a saúde no país, acrescentando que a ausência de profissionais, principalmente em regiões mais carentes, não é o único problema da saúde no Brasil. Ele lembrou que o governo é responsável pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pela gestão da saúde pública, o que inclui a alocação dos profissionais da área.

Mozarildo registrou que o governo recuou da ideia de aumentar em dois anos o tempo de duração do curso de medicina – com prestação de serviço nas unidades públicas de saúde. O senador, que é médico, disse que considera o primeiro dos dois anos propostos como válido, já que o residente iria atuar em saúde básica. Ele criticou um possível segundo ano, alertando que o SUS não tem estrutura para uma boa residência médica em áreas específicas como ginecologia e pediataria.

Ele ainda pediu que o Senado vote todas as propostas que tratem da saúde pública e cobrou do governo um diagnóstico completo da situação da saúde no Brasil, incluindo questões como estrutura, gestão e combate à corrupção.

- Há tempo para consertar, desde que se faça o diagnóstico correto e que se apliquem as medidas necessárias – afirmou.

Papa

O senador classificou como uma boa coincidência o fato de o papa Francisco ter visitado o Brasil depois da onda de protestos populares, no último mês de junho. Mozarildo lembrou que o Papa disse em seus discursos que é preciso ouvir os jovens e entender a rebeldia da juventude. O senador registrou que as manifestações eram compostas principalmente por jovens, que pediam “saúde e educação no padrão Fifa” – em alusão à qualidade exigida pela entidade mundial do futebol para os estádios da Copa do Mundo. Como o Papa alertou para a importância de ouvir os jovens, Mozarildo disse que o governo precisa ouvir aqueles que estão envolvidos nos setores que o governo quer melhorar.

Em aparte, o senador José Agripino (DEM-RN) disse que o discurso do colega segue no mesmo sentido da opinião das entidades médicas. Agripino disse que os dois anos a mais propostos pelo governo poderiam acabar com os especialistas e criar uma geração de médicos “práticos”.



01/08/2013

Agência Senado


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