Mozarildo quer ampliar debate sobre falta de médicos no interior
O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) ocupou a tribuna na sexta-feira (10) para defender a ampliação do debate sobre a falta de médicos no interior do Brasil, pois, como lembrou o parlamentar, a maioria da categoria está concentrada nos grandes centros urbanos.
- Essa questão precisa ser debatida. O Brasil tem mais médico do que o necessário. Mas, no entanto, até por uma questão de condições de trabalho, eles (os médicos) preferem evidentemente ficar nos grandes centros, mesmo ganhando menos - afirmou Mozarildo, ao lembrar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) determina como ideal pelo menos um médico para cada mil habitantes.
O parlamentar destacou que é autor de um projeto de lei em tramitação na Casa que permite o registro dos profissionais de saúde recém-formados nos respectivos conselhos somente após eles passarem pelo menos um ano numa espécie de estágio obrigatório em municípios que têm menos de um médico para cada mil habitantes. Mas, segundo o senador, o projeto, apresentado quando Mozarildo assumiu o mandato, em 1999, não foi votado até agora e recebeu parecer contrário a sua aprovação, pois inclusive a classe médica o considera inconstitucional.
- É preciso que se mude essa realidade. Essa obrigatoriedade não é uma coisa absurda. Outros países já fizeram isso e deu certo - destacou o parlamentar por Roraima, que é formado em Medicina.
Na opinião de Mozarildo, se não houver uma medida que não somente obrigue o profissional a ir para o interior, mas também o remunere adequadamente, a exemplo do programa "Saúde da Família", não há como pensar que a saúde brasileira vai melhorar.
- Uma proposta que inclua não só o médico, mas também o enfermeiro, o odontólogo, o bioquímico, o profissional da saúde - explicou.
Em aparte, o senador Mão Santa (PMDB-PI) lembrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncia publicamente que a saúde no Brasil está quase perfeita, mas, na realidade, esse discurso é apenas uma "falácia", pois a saúde "está bem pior".
10/11/2006
Agência Senado
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