Mozarildo registra deficiências educacionais apontadas pelo Unicef na Amazônia Legal
O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) comentou nesta quarta-feira (16) relatório divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) para marcar os 15 anos de análise da educação no Brasil. O documento, intitulado O Direito de Aprender, apontou os avanços registrados pelo país no período e os desafios a serem enfrentados. O fundo deu destaque às regiões mais carentes, como o semiárido nordestino, a Amazônia Legal e os bairros carentes dos grandes centros urbanos.
Mozarildo chamou a atenção para as observações feitas em relação à Amazônia Legal - área que compreende, além dos estados da Região Norte, o Mato Grosso e parte do Maranhão. Na região, cujos índices de miséria estão entre os piores do Brasil, vivem, de acordo com o parlamentar, 9 milhões de crianças e adolescentes, 65% deles em lares cuja renda mensal é inferior a meio salário mínimo.
O relatório aponta uma queda no índice de analfabetismo na população nos últimos 15 anos, de 20% para 13%. Porém, disse o senador, ainda há, na região, 160 mil crianças fora da escola e 90 mil adolescentes analfabetos.
- Em razão da contagem de crianças indígenas, o analfabetismo em Roraima passou de 10% para 12%, como consequência da maior dificuldade que as populações indígenas encontram para ter acesso ao ensino regular - disse.
Algumas das deficiências citadas pelo relatório do Unicef estão relacionadas à dificuldade de acesso aos locais de estudo, observou Mozarildo. Como na Amazônia o transporte por terra quase sempre dá lugar ao transporte fluvial, o transporte escolar não é uma prática recorrente, o que se reflete diretamente nos baixos índices de frequência escolar.
A falta de registro civil - na Amazônia Legal, 21% das crianças não têm certidão de nascimento ou qualquer documento de identidade - no resto do país, o índice é de 12,7% -, de acordo com o senador, também afasta aquela população da escola.
Avanços e desafios
Em relação às observações feitas pelo Unicef a respeito do país como um todo, Mozarildo lamentou que os estudantes brasileiros estejam "invariavelmente nas últimas posições" em qualquer ranking de educação. Por outro lado, para o senador, há que se comemorar que toda população de até 14 anos esteja matriculada. Ele também registrou a queda do número de analfabetos e o aumento do índice de escolaridade entre os brasileiros.
16/09/2009
Agência Senado
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