Mozarildo vê irregularidades na Associação Amazônia
De acordo com o senador Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR), o depoimento de Hector Daniel Garibotti, prestado terça-feira à Comissão Parlamentar de Inquérito que apura denúncias de atuação irregular de organizações não governamentais, deixou claro que a atuação da Associação Amazônia caracteriza dois ilícitos: entrada irregular de divisas no país e grilagem de terras.
Sócio fundador da Associação Amazônia, Garibotti admitiu que a organização é dirigida por estrangeiros como ele e o escocês Cristopher Clark, que mora na Itália. Com doações feitas no exterior, especialmente de US$ 70 mil doados pelo empresário Paulo Roberto Imperialli, o empresário disse que a Associação Amazônia demarcou terras num total de 174 mil hectares, que haviam sido adquiridas fraudulentamente.
Os recursos para a compra das terras foram obtidos através de ordens de pagamento, também vindas do exterior, além de dólares que eram trazidos -no bolso ou na maleta-, segundo Garibotti declarou à comissão. Segundo informou Mozarildo, apesar de localizados no sul do estado de Roraima, os 174 mil hectares foram registrados em cartórios do estado do Amazonas, -numa flagrante intenção de não chamar atenção para a operação-. De acordo com o senador, a CPI da Câmara dos Deputados que investiga a grilagem de terras já comprovou essas irregularidades.
Mozarildo antecipou que, no segundo semestre, quando a comissão retomar seus trabalhos, pretende reconvocar o lobista Alexandre Paes dos Santos. Ao ser convocado pela primeira vez, ele alegou a existência de uma cláusula de confidencialidade em seu contrato com o laboratório Novartis para não depor.
No entanto, ele é citado em denúncia publicada pela imprensa segundo a qual Graça Marques, que dirige a Ong Núcleo de Apoio aos Portadores de Câncer (Napacan) recebia dinheiro do laboratório Novartis, como doação, e fazia um trabalho junto ao Ministério da Saúde para obter o registro de um medicamento produzido por esse laboratório, que, em seguida seria disponibilizado para os pacientes da rede pública (SUS).
27/06/2002
Agência Senado
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