Mudança de paradigmas coloca Brasil diante de desafios, afirma Fernando Pimentel




O Brasil está diante da possibilidade de tirar proveito de uma mudança de paradigmas sem precedentes, segundo afirmou na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), nesta terça-feira (30), o ministro Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel.

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Segundo ele, pela primeira vez no mundo um único país - a China - é capaz de produzir a preços inferiores à média internacional. Nem os Estados Unidos, no século passado, nem a Inglaterra, no século 19, dominaram toda a pauta do comércio internacional, na avaliação do ministro.

Moedas Locais

Pimentel afirmou que, diante do enfraquecimento monetário e fiscal dos Estados Unidos, o mundo começa a discutir a substituição do dólar como padrão monetário internacional. Os países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), conforme revelou, já discutem mecanismos de troca lastreado em moedas locais, e não no dólar.

Outra mudança de paradigma, de acordo com o ministro, ocorre no mercado de consumo, porque os Estados Unidos e a Europa estão perdendo a capacidade de expansão. O dinamismo desse mercado, acrescentou, está sendo liderado pelos países emergentes.

Oportunidade

A conjugação das três mudanças de paradigmas, no entender de Pimentel, cria um novo modelo de nação hegemônica. Para ele, esse novo modelo depende de quatro fatores: mercado interno forte, recursos naturais abundantes, possibilidades tecnológicas e segurança institucional.

De acordo com o ministro, o Brasil tem todos os requisitos para se colocar no cenário das nações líderes, "mas precisa vencer desafios de curto prazo". Um deles, em sua avaliação, é a recuperação da competitividade da indústria nacional.

- Nenhuma nação líder se constrói sobre uma indústria fraca - observou, defendendo a passagem do ambiente industrial do século 20 para o paradigma do século 21.

Receita

A receita para isso, acrescentou, é investir em inovação, dar tratamento adequado à produção local, reduzir os efeitos no país da competição predatória, desonerar a folha de pagamento das empresas e adotar regime tributário diferenciado. Essas medidas estão previstas no Plano Brasil Maior, anunciado recentemente pelo governo.

Ao defender a preferência por produtos nacionais nas compras governamentais, o ministro citou o exemplo dos Estados Unidos: o mecanismo Buy American Act restringe as aquisições de produtos estrangeiros para uso interno naquele país.

Pimentel defendeu também a aprovação, pelo Senado, do projeto de resolução (PRS 72/10), de autoria do senador Romero Jucá (PMDB-RR), que padroniza as alíquotas interestaduais do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e elimina benefícios concedidos a importadores na cobrança desse imposto pelos estados.

A audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos foi realizada por requerimentos dos senadores Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Inácio Arruda (PCdoB-CE), Eduardo Suplicy (PT-SP), Delcídio Amaral (PT-MS) e Francisco Dornelles (PP-RJ). O senador Lobão Filho (PMDB-MA) preside os trabalhos.

Para ver a íntegra do que foi discutido na comissão, clique aqui.



30/08/2011

Agência Senado


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