MUDANÇAS NA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SÃO ABSURDAS, AFIRMA CAFETEIRA



As conseqüências da instituição da contribuição previdenciária dos servidores aposentados e do aumento das alíquotas de contribuição dos funcionários ativos, mudanças aprovadas nesta terça-feira (26) pelo Senado, serão comentadas nesta quinta-feira (28), na TV Senado, pelo senador Epitácio Cafeteira (PPB-MA), um dos 15 senadores que votaram contra o projeto.Para ele, a alteração não vai resolver o problema do déficit nas contas da previdência e é absurda, ao fazer com que aproximadamente metade do salário de alguns servidores - os que ganham mais de dois mil e quinhentos reais - seja retida compulsoriamente pelo governo para pagamento do imposto de renda a da nova contribuição previdenciária. Absurda também, segundo Cafeteira, ao exigir que aqueles que já contribuíram "preventivamente" para sua aposentadoria, fazendo jus à contrapartida da Previdência, sejam obrigados a continuar contribuindo. "Foram previdentes, mas de nada adiantou", lamentou o senador.Na sua opinião, o problema é a má gestão do dinheiro público. "Foram feitas obras faraônicas, como a ponte Rio-Niterói, Itaipu e várias superquadras de Brasília. O dinheiro foi gasto de maneira irresponsável, e, agora, quem paga a conta são os mais fracos, os velhinhos e os servidores, que não podem reclamar". Cafeteira lembrou, também, na entrevista, que os fundos de pensão privados estão muito bem financeiramente, tanto é que têm participado de quase todas os leilões de privatização na condição de sócios dos compradores das empresas públicas. Assim, a situação precária da previdência pública parece, ao senador, um paradoxo. "Só pode ser conseqüência da gestão irresponsável dos recursos", deduziu. "Mas se o servidor nunca teve oportunidade de participar dessa gestão, por que é ele que vai pagar a conta?", questionou o senador.No programa, que vai ao ar às 4h30, 9h30, 12h30 e 20h30, Epitácio Cafeteira comentou, ainda, os seus mais de 30 anos de vida pública. Ele declarou que está encerrando seu mandato no Senado com a consciência tranqüila de quem foi sempre fiel aos próprios ideais e sempre fez questão de defender o servidor público. "Para mim, quem faz o governo são os servidores", concluiu.

27/01/1999

Agência Senado


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