Mulheres exigem menos que homens em propostas de trabalho, diz Ipea



O Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) divulgou nesta quarta-feira (16) os resultados de um estudo de percepção da população sobre as dificuldades de acesso ao mercado de trabalho. De acordo com a pesquisa, a proporção de mulheres inativas que aceitariam uma proposta de trabalho é maior do que a dos homens que, além de desistir de procurar emprego, dizem que não aceitariam qualquer oferta.

Enquanto 47% das mulheres inativas responderam que aceitariam uma proposta de emprego, apenas 32% dos homens fariam o mesmo. As mulheres, inclusive, também aceitariam ganhar menos. Enquanto, na média, os homens trabalhariam por, no mínimo R$ 1.007,22, as mulheres aceitariam ganhar R$ 744,17. A diferença entre os valores aumenta quando comparados homens e mulheres com idade entre 40 e 60 anos: R$ 1.332,05 contra R$ 716,90, respectivamente.

Segundo o técnico em Planejamento e Pesquisa do Ipea, Brunu Marcus Amorim, as mulheres que gostariam de ingressar ou voltar ao mercado de trabalho têm que superar não apenas a falta de experiência ou de qualificação profissional, mas, principalmente, o peso dos afazeres domésticos. Enquanto os homens apontaram, no estudo, que a falta de saúde é o maior empecilho para voltar a trabalhar as mulheres inativas não podem arranjar emprego por não ter com quem deixar os filhos e parentes idosos ou doentes.

Para Amorim, a conclusão é que as políticas públicas desenvolvidas para o emprego devem levar em consideração as diferenças entre os gêneros. Ainda segundo o técnico, uma forma de possibilitar que mais mulheres interessadas em buscar um trabalho remunerado possam deixar os lares seria aumentar o número de creches públicas e de cuidadores e enfermeiros para os idosos.


Fonte:
Agência Brasil



16/02/2011 20:38


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