Pobres perdem menos tempo no trajeto para o trabalho, diz Ipea
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) publicou esta semana comunicados sobre desigualdade regional, massa salarial e mobilidade urbana. Os técnicos de planejamento e pesquisa do Ipea Bolívar Pêgo Filho, Miguel Matteo, Waldery Rodrigues Júnior e Carlos Henrique de Carvalho conduziram as análises dos documentos, na terça-feira (14), em Brasília (DF).
Segundo o comunicado nº 73 - Mobilidade urbana e posse de veículos: análise da PNAD 2009, pessoas pobres gastam menos tempo de casa para o trabalho que pessoas ricas, pois o raio de ação é limitado. “Quanto mais renda, mais aumenta o tempo”, disse Carlos Henrique. Ele acrescentou, porém, que a parcela da população incluída nos 10% de maior renda também perde menos tempo nos deslocamentos casa-trabalho (35 minutos em média).
No estudo, 47% da população possuem algum meio de transporte individual. Para o técnico do Ipea, o número de veículos nas ruas irá aumentar, e para tanto serão necessárias políticas públicas compatíveis. O estudo também revela o tempo gasto pela população no caminho casa-trabalho independentemente da modalidade de transporte, como esse tempo varia de acordo com o nível social, além de dados sobre mobilidade pública nas áreas rural e urbana.
O comunicado nº 71 mostra as tendências gerais brasileiras na análise das contas regionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre 1995 a 2008, com base no índice de Theil e na comparação internacional. Segundo o estudo, as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste obtiveram nível de desigualdade negativo (entre - 10% e - 30%) em relação às taxas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) per capita nacional por unidade federativa. Já as regiões Norte e Nordeste chegam a números positivos de 70% de desigualdade.
“É importante destacar que a região Centro-Oeste só mantém os quase menos 30% do nível de desigualdade com a agregação do Distrito Federal. Sem o DF, a região muda de quadro”, ressalta o técnico do Ipea Miguel Matteo.
O comunicado nº 72, sobre a Análise regionalizada da massa salarial com uso da PME-IBGE, destacou os estados com maior e menor representatividade salarial do mês de setembro de 2010. São Paulo tem a maior representação e Recife a menor. O estudo busca metas socioeconômicas sobre o mercado de trabalho nacional, além de informações sociodemográficas, classificando segundo variáveis de gênero, raça, educação, saúde, serviços sociais, administração pública, defesa e seguridade social. Waldery Rodrigues disse que a PME é um ponto de referência. “O que fizemos foi dar destaque ao mercado de trabalho. Um corte analisado em oito eixos e classificações.”
Fonte:
Ipea
16/12/2010 16:48
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