MULHERES OPERADAS DE CÂNCER NO SEIO TERÃO DIREITO A CIRURGIA PLÁSTICA REPARADORA
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou nesta quarta-feira (dia 14) parecer favorável do senador Tião Viana (PT-AC) a projeto de lei da Câmara que assegura às mulheres que sofrerem mutilação total ou parcial da mama, decorrente de utilização de técnica de tratamento de câncer, o direito de se submeter a cirurgia plástica reconstrutiva pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A matéria agora vai a plenário.Para Tião Viana, não é um fato desconhecido que a mutilação do corpo humano traz grandes sofrimentos e possíveis desajustes psíquicos e sociais. Por essa razão, o senador entende que o projeto em análise "não trata de uma questão superficial, meramente presa a uma vaidade relacionada à estética física".No debate sobre o projeto, a senadora Marina Silva (PT-AC) acrescentou que a mutilação do seio como tratamento para o câncer, apesar de eficaz, provoca uma série de conseqüências psicológicas na mulher. - A sensualidade e a sexualidade feminina também ficam bastante afetadas, e a cirurgia plástica, que através da aprovação desse projeto passará a ser feita pelo poder público, deve ser considerada como assunto de alta relevância- ressaltou.O relator observou que, segundo o Conselho Federal de Medicina, as doenças de mama são um problema de saúde pública na maioria dos países do mundo. Já a neoplasia maligna é a que mais incide na população brasileira, e é também responsável pelo maior número de mortes, inclusive quando se agrega a população masculina - advertiu Tião Viana, que acrescentou: - Em cada nove mulheres, uma deverá contrair câncer de mama. Em 1996, foram 6.450 casos de óbitos, junto a uma estimativa de 29.310 casos de incidência em câncer de mama em 1997. Os senadores Mozarildo Cavalcanti (PFL-RR), Marluce Pinto (PMDB-RR), Geraldo Althoff (PFL-SC), Luiz Estevão (PMDB-DF) e Gilvam Borges (PMDB-AP) também se manifestaram em apoio ao projeto.
14/04/1999
Agência Senado
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