NABOR CONDENA DECLARAÇÕES DE STÉDILE E DEFENDE DESARMAMENTO NO CAMPO
Nabor Júnior defendeu o desarmamento de grupos para-militares mantidos por fazendeiros e o desarmamento dos espírito dos líderes dos trabalhadores sem-terra. Segundo ele, o clima de violência não trará qualquer contribuição para o encaminhamento da questão agrária, acirrando os ânimos e endurecendo posições.
O senador manifestou-se a favor da reforma agrária, defendendo a função social da terra, e disse não aceitar o Brasil tenha de importar gêneros alimentícios enquanto imensas extensões de terra permanecem abandonadas ou com um aproveitamento muito inferior a suas potencialidades. Ele condenou a formação de milícias privadas para atacar quem apenas quer produzir comida e conquistar meios para criar os filhos, mas frisou que "daí a propiciar um explosivo clima de violências e agressões às estruturas da democracia, vai uma distância muito grande".
Para Nabor, o destempero verbal de Stédile é perigoso, pela posição que ocupa dentro do MST. "Sabemos que um carbonário irresponsável é capaz de levar a massa ensandecida a cometer as maiores atrocidades", disse o senador, lembrando os discursos de Adolf Hitler, que empolgou toda a Alemanha causando "os terríveis episódios que mancharam as páginas da história da humanidade".
Como exemplos de reações positivas e equilibradas, Nabor Júnior citou os pronunciamentos do senador Eduardo Suplicy (PT-SP) e do ministro dos Transportes, Eliseu Padilha, que atribuíram as declarações de Stédile a um "exagero de linguagem" ou "um momento de exaltação". Nabor também questionou a intenção de alguns membros do governo de usar a Lei de Segurança Nacional (LSN) para punir Stédile, perguntando se "deve-se usar este instrumento, remanescente da ditadura, para apagar incêndios numa área sensível e explosiva como a agrária".
11/10/1999
Agência Senado
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