NABOR CONSIDERA A CPMF UM IMPOSTO `MENOS RUIM¿



"Há uma maldade embutida na proposta de aumento dos preços dos derivados de petróleo: dizem que atingirá somente quem possui automóvel, mas na verdade suas conseqüências maiores se abaterão sobre os pobres e esquecidos das regiões distantes", afirmou nesta segunda-feira (16) o senador Nabor Júnior (PMDB-AC). O senador explicou que eles serão onerados em função de preços majorados de mercadorias, serviços e trabalhos ligados ao consumo de petróleo. Nabor demonstra surpresa com a proposta de alguns de trocar o aumento da alíquota da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF) pelo imposto sobre petróleo. "É certo que a CPMF tem sérios defeitos, mas essa outra alternativa é a pior possível e suas desvantagens se agigantam ao ser comparada com a que pretende substituir." A CPMF, argumentou o senador, "é universal, sendo a única forma de extrair algum tributo dos sonegadores, especuladores, marginais da economia em todos os matizes. Atinge os que fazem movimentação corrente de cheques e outros instrumentos bancários, numericamente muito poucos, em termos de cidadania. Pobre não usa cheque porque os bancos fecharam suas portas aos que não dispõem de renda mínima compatível com a avidez de lucros do sistema financeiro".Nabor reconhece não ser a CPMF apenas um tributo sobre a economia marginal. "Mas há mecanismos voltados para a proteção dos trabalhadores mais pobres como isenção para quem ganha R$ 200 mensais e para os aplicadores na poupança popular. No caso do imposto sobre a gasolina, o cidadão ribeirinho, o caboclo do agreste, o pequeno lavrador das roças precárias é que pagarão o preço de sua insistência em trabalhar."Para Nabor, o imposto sobre o petróleo será mais um golpe que se articula contra o cidadão comum, a classe média, que já está "pagando a maior parte do pacote, batizado de programa. É hora de mudar essa triste tradição. É hora de olharmos com respeito a classe média, o assalariado, sob pena de agravar a sobrevivência de quem procura construir uma nação próspera e marcada pela justiça social."

16/11/1998

Agência Senado


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