NABOR JÚNIOR ISENTA COLIGAÇÃO DE AMEAÇAS AO GOVERNADOR



Respondendo ao pronunciamento feito pelo senador Tião Viana (PT-AC), no qual ele disse que integrantes da coligação Movimento Democrático Acreano (MDA) estariam, através da imprensa, publicando calúnias contra a imagem e incitando atos de violência contra o governador Jorge Viana, o senador Nabor Júnior (PMDB-AC) afirmou que se as ameaças são verdadeiras, ele as deplora e condena. Nabor acrescentou que, mesmo se verdadeiros, tais fatos não podem ser creditados à coligação na qual o PMDB está inserido no Acre.Referindo-se à citação de Tião Viana de que integrantes do MDA se apossaram de terras do Instituto de Colonização e Reforma Agrária para construir mansões, Nabor Júnior explicou que as terras, próximas a Rio Branco (AC), foram invadidas por centenas de agricultores que depois as venderam para outras pessoas. Ele acrescentou que o assunto está sendo tratado na Justiça e mesmo que tenha havido alguma irregularidade, não é correto imputar qualquer responsabilidade à coligação política a qual pertence, por atitudes isoladas de "três ou quatro" de seus integrantes.- Quando se celebra uma coligação partidária, não se faz em parte, mas num todo. Não se pode exigir de um dirigente de partido político que ele exclua pessoas do seu quadro. O PMDB formalizou uma coligação com o PFL e o PPB para concorrer às eleições municipais. Da mesma forma que o PT fez coligações para disputar as eleições de 1998 com 11 partidos, desde a extrema esquerda até a extrema direita - registrou Nabor Júnior. O senador disse ainda que se os quadros de qualquer partido têm alguma pessoa a quem está sendo imputada responsabilidade criminal, cabe à Justiça julgar. E se essas pessoas têm algo a pagar, que paguem na Justiça. Ele considera inadmissível querer atribuir à coligação a qual o PMDB pertence, qualquer fato cometido isoladamente por um ou outro membro de qualquer dos partidos, apenas pelo fato de haver a coligação. Sobre a ligação do MDA com o empresário Narciso Mendes, que segundo Tião Viana estaria envolvido em um desvio de R$ 65 milhões, Nabor Júnior afirmou que às vésperas da eleição de 1998 o então candidato Jorge Viana reuniu-se mais de oito vezes com Narciso para "tramar" a "implosão" de uma coligação que estava sendo organizada com o objetivo de reeleger o então governador Orleir Carmeli. - Hoje se incrimina Narciso. Ele é tratado como assassino, dizem que faz ameaças ao governador e é nocivo à sociedade. Mas há dois anos era um herói porque servia aos interesses do PT - criticou Nabor Júnior.Em aparte, a senadora Marina Silva (PT-AC) afirmou que o PT não vincula ética à acordo político. "Não há problema fazer oposição ou coligação, mas tem pessoas que são joio demais", afirmou. Já o senador Tião Viana (PT-AC) cobrou mais coerência de Nabor Júnior, pedindo que o senador não jogue fora toda uma vida pública se unindo com pessoas ligadas ao crime organizado. Viana criticou ainda o silêncio de Nabor e do PMDB frente a crimes cometidos no estado. Lembrou que o governo estadual está enfrentando o crime organizado e o narcotráfico. Por sua vez, o senador José Alencar (PMDB-MG) destacou o respeito que Nabor Júnior tem no PMDB. "O partido se orgulha de ter um homem com o seu passado em seus quadros", disse. O senador Renan Calheiros (PMDB-AL), também em aparte, lembrou que, como ministro da Justiça, levou ao presidente da Câmara dos Deputados as denúncias contra o deputado Hildebrando Pascoal e que o PMDB sempre colaborou na apuração.

16/06/2000

Agência Senado


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