Neuto de Conto defende retaliação aos Estados Unidos
O presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), Neuto de Conto (PMDB-SC), defendeu a retaliação aos Estados Unidos em valor estimado de US$ 4 bilhões para que a decisão favorável ao Brasil na questão dos subsídios norte-americanos ao algodão não fique no esquecimento.
- O Brasil deve retaliar, caso contrário perderá o respeito perante as demais Nações, pois, para muitos céticos, esta ação era um caso impossível de se obter uma vitória. Ganhamos uma batalha, mas a guerra é longa - ressaltou o presidente da CRA.
Para o senador Gilberto Goellner (DEM-MT), ao colocar em xeque todo o programa de subsídios norte-americanos, a Organização Mundial do Comércio (OMC) abre uma oportunidade para que uma eventual retaliação converta-se em benefícios ao mercado brasileiro de algodão.
- Retaliações comerciais que possibilitem benefícios à agricultura brasileira seriam bem-vindas e compatíveis com a realidade atual - afirmou Gilberto Goellner, autor do requerimento para a realização da audiência pública.
O senador Jayme Campos (DEM-MT) lembrou que 67% de toda a produção brasileira de algodão fica no mercado interno e apenas 33% é exportada.
- O Brasil tem que impor mais frente à política perversa da nossa exportação - afirmou, referindo-se às constantes quedas nas taxas de câmbio.
O senador Augusto Botelho (PT-RR) informou que a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) de seu estado está realizando vários estudos com o algodão "com resultados bastante satisfatórios". Ele convidou os representantes do setor algodoeiro a investirem em Roraima.
A audiência pública realizada nesta quarta-feira (18) para discutir ações a serem tomadas pelo governo brasileiro após a decisão da OMC em favor de uma queixa apresentada pelo Brasil com relação aos subsídios norte-americanos ao algodão foi elogiada pelo presidente da CRA. Segundo ele, debates como esses, ocorridos no âmbito do Senado, são importantes não só como instrumento de tomada de decisão, mas também constituem-se em excelente fonte de informação para os parlamentares e a sociedade em geral.
18/06/2008
Agência Senado
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