NOTA OFICIAL



Política se faz com idéias, programas e propostas. Num partido sério, se cobra a coerência, nunca a obediência. Minhas opções partidárias sempre tiveram como fundamento a luta por igualdade e por liberdade. A causa da justiça e da felicidade humana sempre foram a razão de minha militância e da busca do voto popular. Sou um político que acredita na democracia, porque acredita no povo e na soberania popular. Assim, me fiz socialista: um homem da esquerda moderna, democrática, civilizada e tolerante. Para concorrer a Deputado Estadual, fui convidado a me filiar ao Partido Socialista Brasileiro - PSB, em cujo programa vislumbrei os caminhos para uma esquerda democrática. Eleito, em 1994, fiz de meu mandato um instrumento da democracia, da eficiência e da ética na administração pública. Eleito, mais uma vez, em 1998, com os votos aumentados em mais de 25%, continuei dando ao mandato o mesmo sentido. Continuei fiel a doutrinas e princípios, réguas e fundamentos da coerência. SÓ ASSIM SEI FAZER POLÍTICA; NÃO QUERO APRENDER A SER DIFERENTE ! Agora, vejo, triste e perplexo, que a direção estadual do partido me chama a rasgar programas e a me render a conjunturas. Na Pelotas, que tanto quero e a que tanto tenho tentado servir, a direção municipal faz coro à grita das oportunidades. Na direção nacional, onde busquei recurso contra os atropelos das conveniências, não podendo negar minha lealdade ao programa partidário, culminaram por dizer que ele não existe, porque não vale para a ordem capitalista em que vivemos. E ignoraram o debate sobre referendo e consulta popular. Sem povo e sem programa, aqui, ali e acolá se faz o coro monocórdico, muitas vezes grosseiro, a me dizer que este partido não é o espaço para o livre e democrático debate que sempre busquei. Querem fazer valer o conceito leninista de centralismo democrático, para o qual as maiorias tudo podem, inclusive rasgar programas, doutrinas e princípios. A QUEM AGE ASSIM, DIGO NÃO ! Fiel e coerente com minhas convicções, de esquerda e democráticas, sustento o incontornável direito à discordância. Aqueles que querem tratar a divergência como traição, além da pequenez intelectual, revelam graves desvios éticos e políticos. ASSIM, MUDO PARA PODER CONTINUAR SENDO O MESMO ! No espectro político brasileiro, o Partido Popular Socialista - PPS se revela um nicho para os sonhos e os projetos de uma esquerda democrática, moderna, civilizada e tolerante. Nele, não busco nem encontro as benesses do poder - que não tem. Nele, não busco nem encontro vantagens ou cargos - que não oferece. Nele, não busco nem encontro as conveniências do momento e das oportunidades - de que não dispõe. Nele, busco a liberdade para pensar, para dizer e para sonhar. Nele, busco o espaço para o exercício da coerência. Nele, busco a oportunidade para fazer política conforme princípios, programas e doutrinas. No Partido Popular Socialista - PPS, vejo a palavra "socialista" até no nome. Nele, encontro figuras e nomes marcantes, cuja companhia a todos orgulha - aí se avantajando a figura maiúscula do Senador Roberto Freire. Talvez uma das maiores virtudes do Partido Popular Socialista - PPS esteja em ser, ainda, um partido pequeno, que se fará grande no reconhecimento e no voto popular, estribado em princípios, programas e doutrinas. Nestes, estão a referência e o suporte para a ação de seus militantes. Internamente, é claro que as maiorias devem vencer, segundo a boa regra democrática. Mas a livre opinião e a divergência jamais serão confundidas com traição ou má-fé. Vejo nele as idéias, os programas e as propostas. Nele, sei que serei chamado à coerência, jamais à obediência ! Junto-me ao Partido Popular Socialista - PPS para colaborar na elaboração do grande projeto de transformação do Brasil e do Rio Grande do Sul, com fundamento na soberania popular, na ética administrativa e política, na justiça, na igualdade e na liberdade. BERNARDO DE SOUZA - Deputado Estadual Porto Alegre, 19 de dezembro de 2000.

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