Noticiário da TV sobre desvio de recursos em Goiás é criticado por Iris
Da tribuna do plenário, nesta sexta-feira (dia 16), o senador explicou cronologicamente os fatos. Segundo ele, no ano passado seus inimigos políticos espalharam um boato dando conta de que o dinheiro desviado da Caixego teria favorecido a campanha do PMDB em Goiás. Iris era o candidato do partido a governador do estado.
- Foram atitudes que considero insanas de um procurador da República, meu inimigo antes de nascer, por problemas administrativos que tive com seu pai e seu tio. Para abrir uma avenida, tivemos de desapropriar mais de cem prédios e seu pai era dono de três propriedades. E veio o boato - explicou Iris.
De acordo com o senador, um inquérito da Polícia Federal elaborado durante cinco meses - até com certa exorbitância das autoridades, assinalou - não mostrou "uma vírgula" sobre seu irmão, Otoniel Machado - que chegou a ser detido - ou o PMDB.
Para o parlamentar, o juiz que determinou a prisão de seu irmão "foi extremamente ingênuo". Ele lembrou que todas as ações foram anuladas e que em 48 horas o Tribunal Regional Federal revogou a decisão sobre a prisão. Depois, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) considerou a Justiça Federal incompetente para julgar o caso, passando-o para a esfera da Justiça estadual. Posteriormente, afirmou o senador, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou ilegal a quebra de sigilo telefônico que motivou a prisão de seu irmão.
O parlamentar lembrou que, à época das denúncias, foi a tribuna se defender. Segundo ele, os R$ 5 milhões foram desviados por um dos advogados que defendiam os interesses dos funcionários da Caixego. Meses depois, o dinheiro reapareceu, depositado por um sócio desse advogado.
O senador explicou que a sentença da Justiça Trabalhista determinava que os funcionários recebessem, na ação, R$ 14 milhões, mas o advogado se apropriou de R$ 5 milhões. Na quinta-feira (dia 15), outro juiz do trabalho reviu a sentença, determinando uma indenização menor e a devolução de pouco menos de R$ 4 milhões aos cofres da Caixego.
- Uma decisão judicial, que não é problema nosso. Mas na TV Globo, o Jornal Nacional informou que o dinheiro foi entregue ao estado, que conseguiu reavê-lo. Ora, o dinheiro estava lá há meses. Não tínhamos nada com isso. Depois vejo (no Jornal da Record) o Bóris Casoy dar de novo toda a notícia, relembrando todo o assunto, com retrato do meu irmão. Venho à tribuna em respeito a essa Casa, aos senadores, ao Bóris, à imprensa, apenas para dizer que o que meus adversários em Goiás têm procurado fazer é satânico, é desumano, é inaceitável - afirmou.
16/03/2001
Agência Senado
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