Novos produtos sofisticam Minha Casa Melhor



As mudanças no programa Minha Casa Melhor, determinadas em 16 de outubro, foram avaliadas positivamente pelo professor de economia da Universidade de Brasília, Roberto Piscitelli. Para ele, a inclusão de novos itens na cesta de produtos – como tablets, micro-ondas, móveis para cozinha e estante – vai permitir que o consumidor tenha possibilidade de acesso a produtos além dos itens básicos de uma casa.

“É justo que estas pessoas aspirem por melhores condições de vida. Isso passa por acesso a produtos e serviços. A inclusão de tablets e micro-ondas, por exemplo, é um claro sinal de que agora os beneficiários desejam ter produtos mais sofisticados e duráveis em suas casas”, disse ele, lembrando que a compra de itens básicos para o lar, como geladeira e fogão, já ocorreu numa primeira fase.

Além da ampliação do número de produtos que podem ser adquiridos pelo programa, o economista ressalta, como ponto positivo, a manutenção do valor máximo de R$ 5 mil destinado aos beneficiários. “A estratégia de aumentar os valores de produtos que já estavam na lista, mas em contrapartida manter o teto de R$ 5 mil, é muito boa. O indivíduo poderá comprar bens melhores, mas deve se controlar para não gastar o limite de uma vez. Isso é uma forma de educação financeira”, lembrou.

Ao avaliar os cinco primeiros meses do Minha Casa Melhor, o economista acredita que o programa possa ter incentivado maior competição entre os comerciantes. De acordo com ele, com itens mais duráveis e de maior qualidade na cesta de produtos, é natural que os lojistas queiram ganhar os clientes com preços mais atrativos. “É possível que isto aconteça. Com a entrada de grandes redes varejistas no programa, a disputa por esses novos consumidores ficou mais acirrada”. Para a economia, Piscitelli destaca que o programa vem permitindo incentivo à produção industrial. “É um ciclo virtuoso. Há uma maior demanda pelos bens e isso faz com que a indústria produza mais”.

Sobre o risco de inadimplência pelos beneficiários, a expectativa do economista é de que será muito reduzido. Ele lembra que o aumento da renda e do emprego formal configuram um cenário positivo que afasta a inadimplência. Segundo ele, órgãos como a Confederação Nacional do Comércio e Serasa realizam pesquisas constantes que têm apontado que não há crise de calote no Brasil. “O parcelamento em quatro anos é muito vantajoso. As parcelas ficam com um valor muito baixo. A renda voltou a crescer nos últimos dois meses. Outro atrativo são os juros. A taxa de 5% ao ano é altamente subsidiada, isso favorece a procura pelo cartão”, argumentou.

Fonte:

Caixa



01/11/2013 07:43


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