O roteiro dos candidatos ao governo do Estado
O roteiro dos candidatos ao governo do Estado
Rigotto discute proposta orçamentária do governo
O candidato da coligação União pelo Rio Grande, Germano Rigotto esteve ontem na Assembléia Legislativa, quando participou de uma reunião com as assessorias técnicas e representantes das bancadas do PMDB e PSDB para discutir a proposta orçamentária do governo estadual para 2003. O candidato ouviu um relato sobre a avaliação preliminar dos técnicos e afirmou que é preciso esperar por uma análise completa da peça orçamentária, destacando às rubricas de custeio, folha de pagamento do funcionalismo, dívida pública, valores previstos para investimentos, caixa único e do déficit público que restará do atual governo para o seu sucessor.
Para ter o conhecimento mais aprofundado do Orçamento, Rigotto solicitou ao Sindicato dos Auditores de Finanças Públicas do RS (Sindaf) o repasse, para a sua equipe técnica, da análise dos números apresentados pelo governo do Estado. "Entendemos que ela traz alguns equívocos na sua formulação", advertiu Rigotto. O candidato reforçou a intenção de as bancadas dos partidos coligados apresentarem um posicionamento oficial sobre a realidade dos números. Em razão do mau tempo, Rigotto, cancelou a agenda que teria em Caxias do Sul.
Tarso apresenta plano de governo para empresários
O candidato da Frente Popular, Tarso Genro, realizou ontem uma palestra na Associação Comercial e Industrial de Sapucaia do Sul, no Vale do Rio dos Sinos. O petista expôs o seu plano de desenvolvimento socioeconômico para os 300 empresários e dirigentes políticos locais presentes ao encontro. Tarso voltou a afirmar que o que está em jogo nessa eleição "são dois projetos antagônicos". Disse que as propostas apresentadas atualmente por Antônio Britto são as mesmas do governo que realizou entre 1995-1998 no Rio Grande do Sul, "firmado na teoria do enclave, que credita aos investimentos externos o principal foco de desenvolvimento de uma região". Para Tarso "nenhum pais do mundo produziu um ciclo de desenvolvimento baseado na teoria do enclave. Ao contrário, as regiões que optaram por esta alternativa estão em crise", declarou o petista.
Conforme o candidato da Frente Popular, a parceria entre governo estadual, com suas políticas sociais, e os sistemas locais de produção é que estimula o crescimento econômico e o desenvolvimento comunitário. "O ponto de partida é a base produtiva já existente, que precisa ser qualificada, e não está superada, como dizem os adversários", criticou o candidato.
O ex-prefeito de Porto Alegre também citou um estudo divulgado na Folha de São Paulo, sobre o funcionalismo em diversos países, e que coloca o Brasil na lista das nações com o menor número de funcionários públicos por habitante. "Cai por terra o último dos mitos neoliberais, que responsabiliza o funcionalismo pela crise fiscal do Estado", referindo-se à política de desestatização e planos de demissão voluntária programados pelos governos de Fernando Henrique Cardoso e, no Rio Grande do Sul, durante a administração de Antônio Britto.
Sobre as relações federativas, Tarso defende a renegociação da dívida dos estados, "que não podem mais repassar tal volume para a União federal". Considera que o dinheiro economizado no repasse deve incrementar as políticas que recolocam os indivíduos no processo de produção e consumo da sociedade.
Britto lança seu plano de governo
O candidato ao governo do Estado pela coligação O Rio Grande em 1º Lugar, Antônio Britto, lançou ontem à tarde seu Plano de Governo, no auditório lotado da sede estadual do PPS. Segundo Britto, o documento inclui as propostas básicas recolhidas pela coordenadora, Hilda de Souza, e sua equipe técnica, durante vários meses, por todo o Estado em contato direto com cooperativas, sindicatos, prefeitos, corporações, integrantes de governos municipais e a população gaúcha, através dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes).
O candidato frisou que a equipe técnica apenas elaborou as propostas que lhe foram apresentadas e que ainda deverão sofrer alterações, primeiramente, a partir do detalhamento realizado pelo PDT, e "no decorrer do tempo com a chegada de sugestões e críticas, que nos são enviadas". Outro ponto que Britto destacou foi o de o plano privilegia apenas projetos que tenham viabilidade, "com os pés da realidade do Estado, que é muito pior do que poderia parecer".
O plano recebeu contribuições do PDT, quando o partido oficializou seu apoio à coligação. Conforme Hilda de Souza, esta além de ser a primeira vez que um governador ouve a população para elaborar um plano de desenvolvimento e governo, "foi a melhor maneira que se poderia ter encontrado para termos um levantamento completo e complexo das reais necessidades e potenciais do Rio Grande do Sul".
Entre os temas prioritários estão segurança e emprego, os pontos mais citados pela população. Para a área de segurança, Britto disse que "o principal será a liberação da polícia para cumprir a lei, através da recomposição da hierarquia e da devolução das responsabilidades constitucionais aos órgãos que compõem o aparato da segurança pública." Para a geração de empregos, o candidato frisou que "o mais importante é não mandar os empregos embora", numa alusão irônica à ida da Ford para a Bahia, e a "aprovação pelo Legislativo, logo nos primeiros meses do governo, de uma nova lei de incentivos fiscais, que permita ao Estado entrar para valer na guerra fiscal".
Bernardi diz que orçamento é uma "peça de ficção"
O candidato do PPB ao governo do Estado, Celso Bernardi, e sua vice, Denise Kempf, reuniram-se ontem com a bancada de deputados estaduais e técnicos do PPB para examinar a proposta orçamentária encaminhada pelo governo do Estado ao Legislativo gaúcho. Depois da análise, Bernardi denunciou que o orçamento apresentado nada mais é do que uma "peça de ficção", uma vez que os números apresentados não condizem com a realidade das finanças do Estado. "Não é a primeira vez que o PT maquia o orçamento para obter benefícios eleitoreiros", afirmou.
A principal crítica ao documento, segundo Bernardi, é a gritante diferença entre receita e despesa. "Os números apresentados superestimam a receita e subavaliam a despesa", declarou o candidato. A estratégia petista, conforme Bernardi, é passar uma idéia para a população de que existem recursos para cumprir com as prioridades definidas pelo Orçamento Participativo. "Isso já vem sendo feito há mais tempo e a prova são os dados retirados das propostas orçamentárias anteriores e que nunca retrataram a realidade"
Chuva de granizo agrava situação em Alegrete
A forte chuva de granizo registrada na noite de segunda-feira e na manhã de ontem piorou a situação dos desabrigados na Fronteira Oeste. A vice-prefeita de Alegrete, Leoni Fagundes Caldeira, informou que 600 famílias (cerca de três mil pessoas) estão desabrigadas em decorrência das cheias do rio Ibirapuitã e das chuvas. As famílias dos bairros da periferia tiveram de sair de suas casas porque o rio, que havia começado a baixar de nível, manteve-se estável durante o dia de ontem, com 10,25 cm acima do nível normal.
A Defesa Civil distribuiu ontem 300 cestas básicas para as 600 famílias de Alegrete. A maioria dos desabrigados estava em barracas de lona armadas próximas às suas casas, de onde têm condições de manter vigilância para evitar saques, nos bairros Vila Nova, Canudos, Santo Antônio, Macedo e São João. Pelo menos 70 dessas famílias foram forçadas a uma nova mudança quando a chuva de granizo furou as barracas.
Em Rosário do Sul, o secretário do Trabalho e Assistência Social, Dilmar Menezes Neck, informou que 31 famílias (150 pessoas) estão desabrigadas e foram levadas par a o Parque de Exposições. Os locais mais atingidos pelas chuvas são os bairros Vila Carmeto, Progresso, Areias Brancas e Vila Nova. O município ainda não decretou situação de emergência. O rio Santa Maria chegou a subir seis metros além do leito normal, obrigando as famílias a deixarem suas casas. As águas recuaram para quatro metros, mas a chuva mantém os moradores de zonas próximas ao rio preocupados.
Governo recebe relatório sobre estragos em Santa Maria
O prefeito de Santa Maria, Valdeci Oliveira, entrega hoje ao governador Olívio Dutra o relatório dos estragos causados no município pelo temporal da semana passada. A Defesa Civil enviou ontem oito mil telhas para Santa Maria, no valor de R$ 30 mil. No município, cerca de 2.200 residências foram atingidas, sendo 200 totalmente destruídas.
Na semana passada, o Estado já havia repassado 12 mil telhas para Santa Maria e duas mil para Cacequi, com investimento de R$ 50 mil. Ambos os municípios decretaram situação de emergência. O Banrisul reabriu duas linhas de crédito especiais para atender os municípios em situação de emergência.
Frente fria vai trazer chuvas fortes e temporais
A Rede de Estações de Climatologia Urbana de São Leopoldo alerta que a passagem de uma frente fria deve provocar chuva e temporais, alguns de forte intensidade, durante a noite de hoje e na quinta-feira no Rio Grande do Sul. O Estado poderá ser novamente atingido por tempestade de granizo e vento. Não está descartado a ocorrência de rajadas muito fortes em pontos isolados, com ventos que podem chegar ou superar os 100 km/h.
O meteorologista Eugênio Hackbart explica que a chuva deve ser torrencial na maior parte do território gaúcho, podendo os volumes variar entre 100 e 200 milímetros nos diferentes pontos do Rio Grande do Sul, em apenas 24 horas. A situação pode causar alagamentos em áreas urbanas, queda de encostas, transbordamento de rios e córregos, além do agravamento das cheias nas áreas já afetadas pelos temporais dos últimos dias.
Segundo o meteorologista, existe a possibilidade de enxurradas e temporal também em Porto Alegre entre a noite de hoje e a manhã de quinta-feira. O coordenador esclarece que o mau tempo será provocado desta vez por uma frente fria, que será intensificada pelo ar tropical quente e úmido que está sobre o Estado e por um sistema de baixa pressão sobre o Atlântico.Segundo Hackbart, o tempo melhora a partir de sexta-feira com a chegada de ar frio ao estado.
Vendas caem 3,27% no ano
Apesar das promoções e da abertura aos domingos, os supermercados devem manter desempenho abaixo do obtido no ano passado. Segundo dados apurados pelo Termômetro de Venda da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), no acumulado dos oito primeiros meses de 2002, verifica-se uma queda de 3,27% das vendas do setor no Rio Grande do Sul. Contudo, em agosto em valores deflacionados pelo IPCA/IBGE, registrou-se uma alta de 7,51% em relação a julho e uma redução de 0,72% em comparação a agosto de 2001.
O presidente da Agas, João Carlos Oliveira, credita o desempenho a baixa renda da população.
"Gradativamente estamos reduzindo o prejuízo do acumulado do ano. Entretanto, mesmo com várias
iniciativas dos supermercadistas, não há como não sofrer o impacto com a redução de renda da população", afirma Oliveira. Ele lembra que aumentos como o de energia, telefones e combustíveis acabam afetando o setor.
Mesmo assim, Oliveira prevê que, com um desempenho positivo nas vendas do mês de dezembro, o setor poderá evitar o déficit. "Mas é uma estimativa otimista", admite Oliveira. O dirigente relata que o próprio mês de setembro, inicialmente, não está tendo uma performance satisfatória.
O melhor desempenho de agosto em relação a julho deste ano, conforme Oliveira, já era esperado. O mês passado contou com uma forte data de apelo comercial, que era o Dia dos Pais, enquanto julho foi o mês de férias escolares, período em que algumas famílias aproveitam para viajar.
Agas defende fim da premiação aos domingos
"O domingo tem que ser tratado como dia normal de trabalho. Não há motivo de se pagar uma premiação aos funcionários de supermercados, o que se deve fazer é substituir o dia de folga", defende o presidente da Agas, João Carlos Oliveira. Ele antecipa que essa pauta será discutida na negociação do dissídio coletivo da categoria entre o Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Gêneros Alimentício do Rio Grande do Sul (Sindigêneros) e Sindicato dos Comerciários (Sindec) em novembro.
Oliveira informa que hoje, por oito horas de trabalho no domingo, se paga uma premiação de R$ 24,00 por funcionário. "O grande empreendimento pode suportar o valor pois trabalha com escala, o pequeno não", diz Oliveira.
A presidente do Sindec, Esther Machado, afirma que o fim dos prêmios será combatido pelos comerciários.
"Vamos esperar uma postura oficial do Sindigêneros para tomar posição. O sindicato é que negocia conosco e não associações", critica Esther.
No dissídio coletivo também deverão ser tratadas as datas de abertura dos supermercados. Até novembro, os únicos domingos em que os supermercados não abrirão as portas será os dos dia 6 e 27 de outubro, data das eleições.
Produtores querem evitar importações dos EUA
Os arrozeiros do Rio Grande do Sul e de países do Mercosul querem o apoio do governo federal para evitar a importação do cereal dos Estados Unidos. O pedido de elevação da Tarifa Externa Comum (TEC) de 20% para 35% foi reforçado ontem, durante reunião dos produtores na sede da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul). Além de agricultores gaúchos, participaram representantes das cadeias produtivas do Uruguai e da Argentina. A Carta de Porto Alegre, documento que carrega as reivindicações dos orizicultores, será entregue amanhã pelo presidente da federação, Carlos Sperotto, ao ministro da Agricultura, Marcus Vinicius Pratini de Moraes.
Segundo o presidente da Comissão do Arroz da Farsul, Francisco Schardong, o volume dos estoques existentes no Brasil prova que as importações são desnecessárias. "As cerca de 6,3 milhões de toneladas dos estoques devem durar até o início da próxima safra, ou seja, estamos tranqüilos quanto ao suprimento do cereal", ressalta.
A maior preocupação atual dos orizicultores deve-se a um rumor de que 23 mil toneladas de arroz vindo dos Estados Unidos estariam sendo desembarcadas no Brasil. Entretanto, de acordo com Schardong, nada foi comprovado até o momento. "Se é para importar o cereal, que seja dos países de dentro do Mercosul e não dos Estados Unidos, que aplicam altos subsídios na produção", analisa o dirigente.
International Engines prevê exportação 50% maior em 2002
A International Engines South America, fabricante de motores a diesel, deverá fechar 2002 com um crescimento superior a 50% em suas exportações. A previsão da empresa é alcançar remessas de US$ 200 milhões, ante US$ 133 milhões exportados em 2001. Nos primeiros oito meses deste ano foram comercializadas 27,9 mil unidades no exterior, volume recorde na história da companhia.
Com o desempenho, a International foi líder na produção de motores a diesel no Mercosul - de um total de 46 mil unidades no período de janeiro a agosto. Apesar dos bons resultados de participação, a queda no mercado brasileiro de veículos levou a empresa a reduzir sua previsão de produzir 90 mil motores este ano. Segundo o presidente da companhia, Waldey Sanchez, a meta para 2002 agora é fabricar 75 mil motores, dos quais 46 mil serão destinados a países como Estados Unidos, México e Inglaterra, ante 29 mil motores exportados em 2001.
O executivo atribuiu o aumento das exportações aos investimentos em tecnologia e ao lançamento de novos produtos, entre eles o motor Po wer Stroke 7.3L V-8, primeiro propulsor a diesel com gerenciamento eletrônico produzido no Brasil e o Power Stroke 2.8L, que equipa a linha de picapes Ford Ranger. No próximo mês, a International pretende lançar também a nova geração de motores eletrônicos do tipo "High Speed".
Com fábricas em Canoas e em Córdoba (Argentina), a International é a divisão sul-americana do International Engine Group, maior fabricante mundial de motores a diesel com potência entre 160 cv e 300 cv.
O Grupo International Engines tem um faturamento anual de US$ 8,5 bilhões e fabrica motores a diesel nos Estados Unidos, Brasil e Argentina. Na América do Sul, a empresa emprega cerca de 850 funcionários e vai investir US$ 50 milhões até o fim de 2004. Em 2001, as receitas da companhia somaram cerca de US$ 275 milhões, com a produção de 73 mil motores na região.
Artigos
Crises, pessoas, negócios e vendas
Günther Staub
Seria um mero e enfadonho exercício falar nas crises do último ano. Toda a imprensa tem tratado, e esmiuçado, cada uma delas em intensidade quase de overdose. Hoje, não existe uma pessoa que ouça rádio, TV ou leia jornais e revistas que não esteja bem informada de tudo. O que a maioria tem dificuldade de entender é de que forma as crises, em conjunto ou isoladamente, podem influenciar suas vidas. Essa incerteza atinge profissionais liberais, empresários de pequeno, médio e grande porte, operários, agricultores. Qual a relação delas entre si? Elas se multiplicam, se somam ou se acumulam? Como o aumento ou a queda do dólar, ou a cotação nas bolsas pode afetar cada pessoa? Entender tudo isto vem sendo um tarefa difícil até para os especialistas. Cada crise tem sua dinâmica interna e externa e afeta, de maneira indistinta, as áreas de comércio, indústria, agricultura ou serviços. Por exemplo, no caso das bolsas de valores, o importante corretor de investimentos Graham, certa ocasião, fez a seguinte afirmação: "A oscilação da bolsa é um dos mistérios do nosso ramo, tanto para mim quanto para qualquer pessoa. Mas nós sabemos, pela experiência, que o mercado acaba atualizando o valor da ação". Quase o mesmo se poderia dizer sobre as cotações do dólar: Seu valor de referência se estabelece pelo balanço de pagamentos, pelo fluxo de capitais, mas principalmente em função do mercado. O jornal inglês The Economist divulga o índice big-mac em dólar como algo que pode ser oferecido em quase todo o mundo, além das inquietações cotidianas provocadas pelas variações percentuais de subida ou queda do risco-Brasil calculado pelo Banco J. P. Morgan.
No Brasil, os departamentos técnicos das instituições financeiras estudam, permanentemente, essas questões com o objetivo de orientar os ativos e as pessoas. No caso do Banco Central, auxiliam na tomada de medidas que evitem ao máximo a especulação sobre a moeda. No meio desse cenário, os empresários têm que tomar decisões estratégicas e operacionais para levar adiante seu negócio. Incluem-se aqui, no médio e longo prazo, investimentos em equipamentos, em pessoal, em novas ações de vendas e até em campanhas de propaganda;
no curto prazo, pagamento de fornecedores, de banco e outros compromissos. Acrescenta-se a esse quadro a evolução vertiginosa do conhecimento tecnológico e o aumento constante da capacidade produtiva que gera excesso de produtos e de serviços. Paradoxalmente, essa oferta é limitada pelo poder de compra das pessoas, seus consumidores potenciais, o que assinala uma das grandes ironias do mundo atual. Dentro desse quadro, o desafio é ter produtos e serviços competitivos. Para tanto é necessário ter as melhores equipes de vendas; oferecer os melhores produtos, as melhores condições de pagamento, a melhor assistência técnica, o melhor serviço por venda; construir a melhor marca, aquela que alcance o consumidor. Tudo isso para aumentar o poder de venda. Em todos os períodos de crise ou de mercado aquecido, vender continua sendo o desafio permanente.
Colunistas
ADÃO OLIVEIRA
O Jornalista e a tecnologia
Não consigo nem pensar como eu vivi tanto tempo sem telefone celular e lap-top, duas maravilhas da tecnologia moderna. Vou contar uma história que mostra como arcaicos instrumentos de trabalho influíram numa decisão presidencial.
Sair ou não sair. Eis a questão. Corria o ano de 1985. Tancredo Neves e José Sarney haviam sido eleitos pelo Colégio Eleitoral, presidente e vice da República. Às vésperas de assumir o cargo, Tancredo Neves morreu, deixando para o senador maranhense a responsabilidade de governar o País.
Faltava-lhe legitimidade, mas José Sarney era o presidente constitucional do Brasil. Em nível interno, Sarney
estava muito preocupado com a falta de apoio que tinha no Congresso. Abrir diálogo com a sociedade organizada foi a solução encontrada. Em nível externo, Sarney montou um programa de viagens para mostrar a que veio.
Isso era muito importante. Afinal o Brasil estava saindo da ditadura para a democracia e ele era do partido que apoiava a ditadura.
A primeira viagem do presidente José Sarney foi ao Uruguai. Foi um escândalo! Lá, depois de uma cerimônia no Congresso Nacional, ao pé da escadaria, a atriz e recém eleita deputada federal, Beth Mendes, reconheceu no adido militar da embaixada brasileira, o coronel-de-exército, Brilhante Ustra, um de seus torturadores.
Foi o que bastou. Não fosse Júlio Maria Sanguinetti, amigo de Sarney e do Brasil, o presidente uruguaio, a viagem teria sido um fracasso. Mas, não foi. Ajustes na agenda, feitos de última hora, recuperaram o encontro.
A segunda viagem de Sarney foi à sede da ONU. Ele abriu os trabalhos de mais uma Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas. Lá, Sarney falou como gente grande!
Suas primeiras palavras foram em homenagem ao poeta maranhense Bandeira Tibuzzi: "Trago nas mãos o sentimento de mundo". Um plenário cheio de personalidades mais que o aplaudiu, ovacionou-o. Mais tarde, no hotel Intercontinental, em Nova Iorque, Sarney recebeu Samora Machel, Felipe Gonzáles, George Schewarnadze e Mario Soares entre outras autoridades.
O mundo dera a José Sarney a legitimidade que ele tanto buscava. Então, embalado pelo reconhecimento internacional, o chefe de Estado da maior nação católica do mundo, foi receber as bênçãos do Papa. Era o que faltava!
O Brasil vivia um momento de muita violência no campo, portanto, uma audiência com o Santo Padre, seria indispensável. O dia eu não lembro, mas às 18 horas, de Roma, 22 horas de Brasília, Sarney retornou ao Hotel Excelsior, cansado. Nós, os 96 jornalistas brasileiros que o acompanhavam, acuados por nossos editores, fomos escrever nossas matérias.
Na sala de imprensa, montada no lobby do hotel, a confusão era geral. Manejávamos máquinas de escrever Facit, de carro grande. Uma bateria de 12 telexistas não dava vencimento ao acúmulo de matéria que lhes era colocada sobre a mesa: o caos.
Passada mais ou menos uma hora daquela loucura, alguém grita escandalosamente: "Não, presidente!". Quando atordoados pelo trabalho, levantamos os olhos em direção à porta central do hotel, vimos Sarney e comitiva, prontinhos para ganhar as ruas. Corremos até ele com um argumento até então insólito: "Se o senhor sair, sua passagem por Roma não será registrada. Nós teremos que parar de redigir as matérias e, acompanhá-los.
Rindo desbragadamente, Sarney se submeteu a um prosaico happy-our, no bar do Hotel. Para onde, mais tarde, fomos todos nós. Tudo porque não tínhamos lap-top e nem telefone celular.
CARLOS BASTOS
Programas de televisão reduzem tiroteio
Os programas de rádio e televisão no horário político geratuito tiveram reduzida a artilharia, especialmente entre as candidaturas de Tarso Genro, d o PT, e Antônio Britto, do PPS. O crescimento dos concorrentes Germano Rigotto, do PMDB, e Celso Bernardi, do PPB, fizeram os estrategistas dos dois líderes das pesquisas revisarem sua política que tinha a marca de ataques constantes. Agora, prevalece a apresentação das propostas e do plano de governo. Mas enquanto aqui diminuiu o estrondo da artilharia, no âmbito nacional a coisa pegou fogo. O programa de José Serra deixou Ciro Gomes de lado e passou a atacar o petista Luis Inácio Lula da Silva. Querem tirar o Lula do sério e fazer com que ele saia do pedestal em que se colocou desde o início desta campanha presidencial. Resta verificar se os petistas vão morder a isca, como fez Ciro Gomes. Este, por seu turno, não deixa de bater em Serra em seus programas, e agora também passou a criticas as propostas de Lula.
Diversas
A adesão do governo brasileiro à Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a Mulher, foi comemorada pela senadora Emília Fernandes, do PT. Ela foi a relatora do protocolo na Comissão de Relações Exteriores do Senado.
Os candidatos a governador Celso Bernardi (PPB) e Germano Rigotto (PMDB-PSDB), bem como seu vice Antônio Hohlfeldt e o vice de Britto, Germano Bonow, participaram da reunião da Comissão de Assuntos Municipais com representantes de áreas emancipandas.
O presidente da Comissão de Assuntos Municipais, deputado Adroaldo Loureiro (PDT) disse que o objetivo do movimento é conseguir a revogação da Emenda 15 pela Câmara Federal, que impede os Legislativos Estaduais de autorizarem consultas emancipacionistas.
O candidato ao Senado pelo PMDB, Odacir Klein, participa hoje em Brasilia da reunião da avaliação do final da campanha presidencial do tucano José Serra.
O candidato Paulo Paim, do PT, recebeu o apoio de dirigentes de diversas entidades de aposentados gaúchos, e também do presidente da Confederação Nacional dos Aposentados.
Os cartórios eleitorais terão disponíveis a partir do dia 30, os formulários para justificativa por parte do eleitor. Deve justificar o não comparecimento no pleito, o eleitor que estiver fora do seu domicílio eleitoral no dia da eleição. O TRE colocará postos especiais para receber os formulários. Pela segunda vez não será feita a justificativa pelos Correios.
Última
A deputada Maria do Rosário, candidata a deputada federal, e Santos Fagundes, que concorre à Assembléia, estão fazendo circular material de campanha elaborado em alfabeto Braille, direcionado às pessoas portadoras de deficiência visual. Os candidatos apresentam projetos de valorização das pessoas portadoras de deficiência procurando superar o assistencialismo e conquistar a cidadania.
FERNANDO ALBRECHT
Haroldo no poste...
Tempo de campanha, tempo de criatividade. Coerente com seu projeto de proibir propaganda política nos postes, o vereador Haroldo de Souza (PHS), faz sua propaganda através de um "poste" vivo. Haroldo tem outra característica: a sigla do seu partido bem que pode ser "Partido de Haroldo de Souza".
...Pujol na cabeça
Ontem à tarde um entusiasmado eleitor do vereador Reginaldo Pujol (PFL) foi à Câmara Municipal mostrar ao seu ídolo a propaganda que mandou fazer na nuca com a participação de um hábil cabeleireiro. Choca
é da Restinga e estava comovido por poder mostrar sua arte pessoalmente a Pujol.
Casa Cor
A responsável pela edição gaúcha da Casa Cor, Marina Nessi, e a jornalista Anamara Bolsson, receberam ontem, na mostra da rua Comendador Rheingantz, no bairro Mont'Serrat, jornalistas e integrantes do Departamento Comercial. O encontro, durante o almoço, foi de confraternização pela edição do Caderno Especial Casa Cor do Jornal do Comércio, que circulou na segunda-feira mostrando os 33 ambientes que foram criados pelos 48 profissionais, arquitetos e decoradores.
Muy amigo, muy amigo...
O governo Benedita da Silva quer ampliar suas exportações para o Rio Grande do Sul. Ontem em Belo Horizonte, em evento do Conselho Nacional dos Procuradores de Justiça do Ministério Público e da União, o Procurador-Geral de Justiça do Rio de Janeiro procurou seu colega gaúcho, Cláudio Barros Silva, para perguntar se o governo gaúcho aceitaria acolher o bandido Fernandinho Beira-Mar. Barros Silva disse que isso era de alçada da Secretaria de Justiça e Segurança.
Aviso ao navegante
A informação dada em primeira mão por esta página na segunda-feira revelando que Ruy Carlos Ostermann é o patrono da Feira do Livro causou choro e ranger de dentes. Em um almoço de gente do setor, ontem, um dos presentes referiu-se a este colunista e ao JC com expressões chulas porque deu a informação antes de outros veículos. Esqueceu pelo menos quatro coisas: 1) notícia não é monopólio de ninguém; 2) já inventaram o gravador; 3) pessoas ligadas à cultura costumam ter educação; 4) o mundo é redondo. E gira.
Nova lombada
Está em instalação uma lombada eletrônica instalada na RS-235 no sentido Gramado-Canela, próximo a Saccaro Móveis, beneficiando os alunos da escola Presidente Vargas, localizada no bairro, uma antiga reivindicação dos moradores da área. Ela estará funcionando em um prazo máximo de quinze dias e substituirá a lombada em frente ao shopping Bela Vista.
A polêmica do urânio...
As informações de que o Brasil teria exportado urânio para o Iraque reacendem uma polêmica de meados dos anos 80. A Engesa vendia seus blindados Urutu e Cascavel para os iraquianos e a Petrobras tinha a concessão de uma área rica em petróleo no deserto de Majoon. Por uma série de problemas logísticos, políticos e climáticos, a estatal desistiu de explorar o petróleo. A contrapartida desse negócio todo seria o fornecimento de urânio para o Iraque.
...começou nos anos 80
O composto chamado yeloww cake
(torta amarela) teria origem na usina nuclear de Angra dos Reis, que depois seria enriquecido no Iraque. As denúncias foram feitas primeiro pelo Jornal do Brasil e depois pelo Estado de S. Paulo, que publicou até foto de um avião embarcando o produto. O mesmo repórter bailou nos dois jornais porque surgiu a denúncia, nunca confirmada, de que ele obtinha informações do Mossad, o serviço secreto israelense.
Alfabetização
A Universidade Federal de Santa Maria recebe na próxima segunda-feira cerca de 200 integrantes do Programa Alfabetização Solidária vindos de Goiás, Maranhão, Pernambuco e Piauí. Irão receber capacitação para atuar como alfabetizadores, assim como promoverão o intercâmbio cultural entre regiões do Brasil e a alfabetização de jovens e adultos.
Homenagem tradicionalista
Será hoje às 12h, no Master Hotel, a cerimônia de premiação aos oito ex-alunos ou suas famílias que deram origem ao Movimento Tradicionalista Gaúcho. Tudo começou dia 5 de setembro de 1947, quando os alunos Orlando Jorge Degrazia, Paixão Cortes, Antônio João Sá de Siqueira, Cilço Campos, João Machado Vieira, Fernando Machado Vieira, Cyro Dutra Ferreira e Ciro Dias da Costa, todos do Julinho, deram a largada do MTG.
Sindicato das Secretárias e Secretários do RS promove seminário dias 25 e 26 na DRT.
1º Encontro Regional do Ministério Público Militar Sul/Sudeste de 25 a 28 no São Rafael.
MB Comunicação lançará guia contendo 150 empresas de lazer e gastronomia.
Câmara homenageia hoje às 10h os tradicionalistas acampados no Parque Maurício Sirotsky.
GlobalComm lança campanha para valorizar os idosos, iniciativa do BID/Alap.
Presidente do TRT, Rosa Maria Weber Candiota da Rosa, lançou pedra fundamental do Foro Trabalhista de Carazinho.
Mãe de Deus Center inaugura dia 25 quatro clínicas de odontologia.
Editorial
SINAIS DE PAZ SURGEM NO HORIZONTE MUNDIAL
A Humanidade não pass a muito tempo sem que, em alguma região, povos e nações estejam se engalfinhando por motivos às vezes fúteis. Não é de hoje que mata-se pelos pretextos estapafúrdios, até em nome de Deus, quando o aceitável seria apenas a legítima defesa. Pois agora, quatro anos após expulsar os inspetores da Organização das Nações Unidas, ONU, o presidente Saddam Hussein, pressionado pela decisão dos Estados Unidos em atacá-lo caso não obedecesse, em dias ou semanas, às 16 Resoluções da Organização, comunicou a Kofi Annan, secretário-geral, que aceita, incondicionalmente, a volta dos representantes da ONU. Alívio para o mundo, justo no Dia da Compreensão Universal, o que espera-se seja uma feliz e duradoura coincidência. O líder iraquiano não é, exatamente, uma figura simpática nem livre de suspeitas, com histórico de ações belicosas, como no caso da invasão do Kuwait que gerou a Guerra do Golfo, e governa com mão de ferro. Mas, tem oscilado entre aliado e inimigo das potências ocidentais, nos últimos 20 anos. Os Estados Unidos, inclusive, forneceram-lhe apoio logístico no conflito contra o Irã, de 1980 a 1988. A certeza que resta é a de que a pressão mundial valeu, nos dois lados. O texano "cowboy" George Bush queria sacar as armas primeiro, com ou sem o apoio da ONU, que dela, militarmente, não precisa, nem de seus aliados na Europa. O empecilho maior seria a Rússia, um tigre de papel hoje em dia, mas sempre levada em conta por causa do arsenal atômico. Como os países são respeitados pelo poderio econômico, militar ou tecnológico, Vladimir Putin fez chegar sua oposição ao ataque sem o aval do Conselho de Segurança, onde pode exercer o veto. A Rússia tem na Chechênia sua própria dose de terrorismo e aliou-se aos EUA na condenação aos ataques de 11 de setembro.
Jacques Chirac, da França sempre em dívida com Washington, foi o que fez a melhor reflexão, repelindo o que os EUA chamavam de "ataque preventivo". Ora, afirmou o presidente, se a moda pega será um Deus nos acuda e quem poderá julgar doravante os atos unilaterais entre as nações? Como os historiadores materialistas dizem que as guerras não têm motivos heróicos, são movidas por interesses econômicos, também circula pelo mundo a versão de que a Casa Branca está mesmo é de olho nas reservas de petróleo, conforme proclama Saddam. O Iraque fez acordos bilionários com a Rússia e a China para explorar o ouro negro, as empresas dos EUA ficaram de fora e agora o negócio é tirar Saddam Hussein e invalidar os contratos. Pelo sim, pelo não, Saddam Hussein sentiu que, ao pedir à ONU a autorização para atacar, a última barreira moral e legal de Bush estava caindo e quando a Arábia Saudita disse que emprestaria suas bases para os aviões ianques, preferiu ouvir o bom senso, que também lhe impunham os países muçulmanos. Mesmo que os EUA não confiem nas intenções de Hussein, a posição de Bagdá ganha tempo e deixa o império ianque numa situação de paralisia.
Embarcando contingentes de soldados, belonaves, aviões e carros de combate rumo ao Oriente Médio, ainda assim os Estados Unidos terão de aguardar a movimentação diplomática das Nações Unidas. Um ataque ao Iraque abriria as portas do inferno, salientam líderes da região, preocupados com a união islâmica no que seria uma guerra de civilizações. Para o Brasil, melhor a paz, o preço do barril do petróleo cairá dos quase US$ 28,00, teto máximo da Opep, mínimo de US$ 22,00. A distensão pode chegar aos mercados de ações e ao dólar, fazendo subir o primeiro e derrubar o segundo, de acordo com o antigo jargão do setor, ações em alta, dólar em queda. Até lá, as desculpas esfarrapadas para o dólar a R$ 3,10 e a Selic em 18% vão continuar?
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09/18/2002
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