Oposição deve ter firmeza para enfrentar o governo, diz Sérgio Guerra



Após criticar, nesta quarta-feira (11), atitudes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que "conspiram contra os poderes constituídos e a democracia, consolidada por Fernando Henrique Cardoso", o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) disse que a oposição "deve ter firmeza e não perder o prumo" de quem defende o Congresso e as instituições democráticas do país.

Sérgio Guerra criticou os gastos do governo "com as festas" que vêm sendo promovidas para a inauguração de obras que, segundo ele, jamais serão entregues, citando a participação recente de Lula e da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, em visita às obras de transposição do Rio São Francisco, em Pernambuco.

O senador disse ainda que o pagamento ao restaurante "que produziu almoços e jantares" para Lula e Dilma, em sua passagem por Pernambuco, foi feito sem as devidas notas fiscais, conforme comentários feitos em Recife que chegaram ao seu conhecimento.

- Alguém pagou e é preciso saber quem pagou, quem estava financiando essa fiscalização do Rio São Francisco - afirmou.

Para Sérgio Guerra, nos últimos dias ficou claro que "o pessoal do governo perdeu a cerimônia". Ele apontou uma "conspiração em marcha" contra o Tribunal de Contas da União (TCU), assim como um "processo para desmoralizar o tribunal de maneira geral, e os seus integrantes de modo particular", em razão de irregularidades por eles apontadas em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

- Todos alegam que as obras não andam porque o tribunal funciona. Não querem que o tribunal fiscalize as irregularidades. O argumento é que o TCU prejudica o volume de obras. O que prejudica são contas sem transparência - afirmou.

Emendas

Sérgio Guerra também criticou o governo pela retenção dos recursos previstos nas emendas apresentadas pelos parlamentares ao Orçamento. Ele afirmou, no entanto, que as dotações dos ministérios estão sendo liberadas "para aqueles que votam com o governo".

- Todos somos palhaços aqui no Congresso. Estamos caminhando para um regime fechado que desautoriza o Congresso todo dia. O conceito do Parlamento está mínimo. Criticam a oposição, mas a oposição não tem nada a ver com isso - afirmou.

O senador criticou ainda o "volume de propaganda" do governo e afirmou que o "regime autoritário" que esta sendo organizado no Brasil despreza a discussão acadêmica de diversos temas de interesse do pais.

- Melhoramos menos que o mundo todo, estamos produzindo propaganda - lamentou o senador.

Sergio Guerra disse ainda que o governo precisa esclarecer o "apagão" ocorrido na última terça-feira (10), que afetou 18 estados, além do "apagão na educação, na saúde e na segurança", e criticou Dilma Rousseff pelas recentes criticas feitas à oposição, "com objetivos eleitorais explícitos".

- Não queremos privatizar empresas nem acabar com o Bolsa-Família. Isso é mentira de gente que não tem argumento - afirmou o senador, dizendo ainda que Dilma "não sabe ouvir " e "não é das mais democráticas".

Em aparte, o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM) também criticou o corte das emendas parlamentares pelo governo, destacando emenda apresentada pela bancada do Amazonas que destina R$ 40 milhões a projetos de saneamento básico em Manaus. Em relação ao "apagão", afirmou que a queda nos investimentos vem gerando uma crise de energia, que compromete a segurança dos investidores no país.

A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) lembrou que São Paulo continua sem água em razão do "apagão" elétrico. Ela perguntou quem vai pagar os prejuízos de quem ficou sem água e luz e dos estoques que se estragaram e afirmou que o governo subestima a inteligência da população e acha que o povo "não enxerga no escuro".

O senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), por sua vez, disse que o povo brasileiro assiste pela TV a transformação do pais em uma "ilha da fantasia", que não condiz com a realidade, sobretudo da população da Amazônia. Ele disse que não há saúde, segurança e estradas no Pará, Amazonas e Acre. Acrescentou que o PAC "está empacado" no seu estado e que há desvio de dinheiro público. Ele apoiou o TCU, afirmando que "nesse governo, transparência é algo que não existe".

Já o senador Flávio Arns (PSDB-PR) disse que a população exige "atitudes maduras" do governo diante dos problemas enfrentados pelo país. Em relação ao "apagão", disse que o governo deve assumir que teve um problema, "difícil e inesperado que causou confusão em diversos lares brasileiros, em hospitais e no comércio". O senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) disse que as causas do "apagão" devem ser esclarecidas pelo governo.



11/11/2009

Agência Senado


Artigos Relacionados


Para Sérgio Guerra, é preciso enfrentar plutocratas e coibir exageros nas ações policiais

Exército deve se preparar para enfrentar 'guerra cibernética', diz general Heleno

Sérgio Guerra diz que oposição vai fiscalizar liberações orçamentárias

Sérgio Guerra nega que oposição torça pela crise

Sérgio Guerra diz que oposição ajudou a aprimorar MP do setor elétrico

Sérgio Guerra: oposição não quer adiar votação de projetos importantes