Para Sérgio Guerra, é preciso enfrentar plutocratas e coibir exageros nas ações policiais



O senador Sérgio Guerra (PSDB-PE) disse da tribuna, nesta terça-feira (15), que o Brasil precisa enfrentar a influência daqueles que se enriqueceram rapidamente às custas dos cofres públicos, os quais chamou de plutocratas, e também coibir os exageros da Polícia Federal, que segundo ele, "não são da democracia". A fala do senador foi feita em referência à recente operação Satiagraha, em que foram presos o banqueiro Daniel Dantas, o megainvestidor Naji Nahas e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.

- Primeiro, elogio a ação da Polícia Federal, pela sua oportunidade, pelos serviços que presta ao país no enfrentamento desses grupos de pressão. Mas a Polícia Federal tem que ter limites - disse o senador, criticando o uso de algemas na prisão dos denunciados numa operação que foi acompanhada por uma equipe de TV.

A atuação do ministro da Justiça, Tarso Genro, também foi criticada por Sérgio Guerra, dizendo que o país precisa "de um ministro mais prudente, que fale menos e atue com mais tranqüilidade".

O senador cobrou ainda respeito à Justiça brasileira, dizendo não ter nada contra os juízes federais e procuradores que lutam por mais poder para atuar, mas criticou ações pautadas por "exagero, desequilíbrio, agressividade, falta de responsabilidade pública, prejulgamento".

Sérgio Guerra propôs que o Congresso busque produzir leis que aprimorem a ação das instituições no combate à plutocracia, que, segundo ele, é crescente no Brasil. De acordo com o dicionário Houaiss, a plutocracia pode significar puro e simples argentarismo, ou a influência ou poder do dinheiro; e, em sua denotação sociológica, pode ser entendida como o exercício do governo pelas classes mais ricas da sociedade ou a influência dessas classes na sociedade ou no governo.

De acordo com o senador, aumentou recentemente o número de grupos de pressão que, baseados em seu poder econômico, buscam influenciar as decisões dos Poderes Executivo e Legislativo - e citou como exemplo o banco Opportunity, de Daniel Dantas, um dos investigados na Operação Satiagraha. Tais grupos, segundo o senador, surgem "sempre de maneira milagrosa", num processo "que tem extrema intimidade com o Executivo", exercendo quase sempre atividades de especulação financeira.

Sérgio Guerra foi aparteado pelos senadores Gerson Camata (PMDB-ES), Heráclito Fortes (DEM-PI), Mão Santa (PMDB-PI), Augusto Botelho (PT-RR), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Antonio Carlos Júnior (DEM-BA).



15/07/2008

Agência Senado


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