Oposição quer leitura imediata de requerimento de CPI no Senado



Ao pedir a palavra pela ordem dos trabalhos, o líder do Democratas, senador José Agripino (RN), afirmou que seu partido não fará nenhuma indicação de integrantes de comissões parlamentares de inquérito (CPIs) no Senado Federal ou na Câmara dos Deputados até que seja lido o requerimento para instalação da CPI no Senado para investigar o uso dos cartões corporativos. Ele disse ter sido informado de que o presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), marcou uma reunião de líderes para a próxima terça-feira (26) para tomar uma decisão a respeito da instalação dessa e de outras quatro CPIs já requeridas.

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Agripino pediu que os requerimentos de solicitação de todas as CPIs fossem lidos em Plenário nesta quinta-feira (21). Do contrário, afirmou, só haveria uma explicação: a interferência do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, nos trabalhos legislativos.

Também pedindo a palavra pela ordem, o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), disse não haver motivo para que os requerimentos não fossem lidos de imediato.

- Não precisamos fazer uma reunião para discutir o óbvio. Se for assim, o presidente Garibaldi vai começar mal - afirmou.

Lembrou que, ainda na ditadura militar, no governo do general João Batista Figueiredo, o relator da CPI do caso Delfim/BNH foi o deputado Alberto Goldman, então filiado ao PMDB, mas integrante "da fração parlamentar do Partido Comunista Brasileiro".

- A ditadura não se intrometeu no assunto, que era do Congresso Nacional. Tolerou, sim, que a proporcionalidade fosse obedecida. Ou seja, estão propondo uma regressão a tempos pré-Figueiredo - afirmou Arthur Virgílio.

O líder do PSDB afirmou que a correlação de forças no Senado não mudou desde a instalação da CPI do Banestado, quando o então senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) foi indicado relator.

- Não temos de mendigar coisa alguma, temos o direito de indicar o presidente ou o relator da CPMI - disse, concordando com Agripino na intenção de não propor qualquer nome para compor CPIs enquanto o governo não decidir se dá à oposição a presidência ou a relatoria da CPI dos cartões corporativos.

Também pela ordem, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) afirmou que seu partido, que ter o maior número de integrantes, "tem sempre que ceder para que a Casa se acalme; vai sempre pagar a conta". Para contraditar, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) afirmou que a generosidade do PMDB "é franciscana, trocando a participação na CPI por cargos no governo".

- Seu partido não paga a conta, sempre recebe - afirmou Heráclito.



21/02/2008

Agência Senado


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