Opositor de Chávez será chamado a opinar sobre o ingresso da Venezuela no Mercosul



O prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, será convidado a expor à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) a sua posição a respeito do ingresso da Venezuela no Mercosul. Um dos mais importantes opositores do presidente Hugo Chávez, Ledezma pediu ao Brasil e aos demais integrantes do bloco - por meio de entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo - que aceitem o ingresso da Venezuela no bloco, como forma de estímulo à democracia venezuelana.

Segundo afirmou Ledezma na entrevista, Chávez seria "muito mais perigoso isolado". Este foi o principal argumento apresentado pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP) para sugerir o convite ao prefeito, durante a reunião desta quinta-feira (8) da comissão. O presidente da CRE, senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), anunciou que entraria em contato com Ledezma, para saber se ele poderia comparecer a uma reunião no dia 22.

Ao sugerir o convite a Ledezma, Suplicy reiterou seu compromisso com a votação no dia 29 do protocolo de adesão da Venezuela ao Mercosul. Por isso, sugeriu que a audiência pública com a presença do prefeito, caso venha mesmo a ocorrer, seja realizada uma semana antes. Suplicy defendeu ainda a presença, na mesma audiência, do embaixador brasileiro junto ao Mercosul, Régis Arslanian.

O parecer já apresentado pelo relator da matéria, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), é contrário ao ingresso da Venezuela, principalmente por causa das ameaças à democracia naquele país. Mas o próprio relator manifestou interesse em conhecer os argumentos de Ledezma e deixou aberta a possibilidade de rever o seu voto contrário.

- Se houver exposição convincente de um líder da oposição, eu posso evoluir de posição - afirmou Jereissati.

O senador Fernando Collor (PTB-AL) observou que a realização de uma nova audiência pública poderia abrir um precedente para que outros convites fosse feitos para novos debates sobre o tema, atrasando a votação do protocolo na comissão. Por sua vez, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) sugeriu que se convidasse a falar sobre o tema um representantes da Organização dos Estados Americanos (OEA), entidade que produziu recentemente um relatório contendo acusações de violações de direitos humanos na Venezuela.

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) concordou com o convite a um representante da OEA, mas na sua opinião o debate com esse representante deveria ocorrer mais tarde e incluir outras questões políticas da América Latina. Ao comentar a possível realização de uma nova audiência, o senador Wellington Salgado (PMDB-MG) disse que ela dificilmente alteraria o voto dos senadores a respeito do ingresso da Venezuela no Mercosul.

08/10/2009

Agência Senado


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