Orçamento limita promessas
- Orçamento limita promessas
- Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, se propõe a ampliar os gastos sociais do governo. Ciro Gomes, do PPS, quer fazer reforma tributária radical. José Serra fala em crescimento médio de 4,5% ao ano da economia brasileira. E Anthony Garotinho, do PSB, promete aumentar o salário mínimo de R$ 200 para R$ 280.
Mas dificilmente qualquer um deles, eleito, conseguirá cumprir tais promessas de campanha. A primeira tarefa que o próximo presidente terá pela frente é fazer o maior ajuste das contas públicas registrado na história do País. Economizando R$ 39 bilhões, quantia necessária para bancar os juros da dívida pública.
O montante equivale a 3,75% do Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas pelo país ao longo de um ano. Para fechar as contas sem reduzir os gastos, o próximo governo teria como alternativa o aumento dos impostos - embora a carga tributária hoje esteja em 34% do PIB - ou a busca de receitas extraordinárias, como pagamento por concessão de serviços públicos e privatizações.
Mas são poucas as opções. Além disso, o Governo tem poder decisório sobre apenas 10% do Orçamento da União. O resto são gastos obrigatórios, determinados pela Constituição. Ao que tudo indica, mais uma vez os investimentos serão sacrificados. (pág. 1 e A16)
- José Serra, do PSDB, começa a explorar, em sua campanha ao Planalto, o passado de ex-presidente da UNE, de militante contra o regime militar e de exilado político. Pretende, assim, conquistar os votos dos eleitores politicamente engajados.
Neste domingo, faz campanha na Zona Sul do Rio e inaugura, no Leblon, o "Butiquim do Serra", que quer ver transformado em ponto de encontro, com direito a chopes e chorinho.
Adversário do ex-ministro da Saúde - que se notabilizou colocando no mercado os medicamentos genéricos -, Ciro Gomes, do PPS, monta plano para tornar ainda mais accessíveis os remédios. Sob coordenação do sanitarista Sérgio Arouca e do economista Maurício Dias David, o projeto prevê a adoção de economia de escala, a centralização das compras e a redução da margem de lucro dos grandes laboratórios farmacêuticos. (pág. 1 e A3)
- "Decisões importantes para o futuro do País, como a polêmica reforma tributária, estão nas mãos da sociedade". Quem diz isso é o pernambucano Armando Monteiro Neto, prestes a assumir a presidência da Confederação Nacional da Indústria.
Convidado a debater as metas do País para os próximos 25 anos na "Agenda Brasil" - iniciativa do "Jornal do Brasil". "O Dia", revistas "Forbes" e "Rede Bandeirantes" -, o advogado e administrador vê o momento atual como de retomada do debate político e social, depois do foco na estabilidade.
"Recentemente, qualquer crítica à política econômica era tida como antipatriótica", afirma. A CNI defenderá a mudança gradual da tributação. (pág. 1 e A13)
- (São Paulo) - Cerca de 1,8 milhão de alunos de todo o País, que estão concluindo ou já terminaram o ensino médio, vão participar hoje da quinta edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A prova, que será aplicada em 2.489 locais de 600 municípios de todos os estados e no Distrito Federal, vai acontecer das 13h às 18h. (...) (pág. 2)
- As polícias brasileira, uruguaia e americana descobriram que integrantes de movimentos radicais islâmicos se refugiam no Sul. A maioria opta pela região como forma de escapar de condenação em Israel. (pág. 1 e A8)
Colunistas
COISAS DA POLÍTICA - Dora Kramer
Para o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Nelson Jobim, o atual sistema eleitoral está em vias de extinção. Na opinião dele, é inevitável que a próxima eleição já tenha novas regras, sob pena de aumentarem tanto as distorções, na relação entre os candidatos e o eleitorado, que o próprio caráter representativo do Parlamento seja posto em xeque. (...) (pág. 2)
(Boechat) - Rumores na área técnica da Petrobras indicam que as plataformas P-51 e P-52 terão de ser redesenhadas.
Orçadas em mais de US$ 1 bilhão, ambas foram encomendadas a empresas norueguesas, sob a alegação de que os dois projetos, devido às suas peculiaridades, só poderiam ser executados no exterior.
Agora que as "peculiaridades" serão mudadas - novos cálculos apontaram a necessidade de dotar as duas plantas de grandes flutuadores -, o argumento caiu por terra. Os sindicatos vão deitar e rolar. (pág. 2)
(Informe JB - Gustavo Krieger) - A Presidência da República finalmente conseguiu contratar uma empresa aérea para transportar Fernando Henrique Cardoso em viagens ao exterior. Não foi fácil. Nenhuma empresa compareceu à primeira licitação. A TAM, que fazia o serviço, reclamava de prejuízos. A verba reservada era de R$ 3,9 milhões por ano de vôo.
A Presidência abriu nova concorrência e, desta vez, a empresa se apresentou. Única interessada, a TAM manteve o contrato. A Presidência reservou R$ 8 milhões para gastar em 12 meses de viagens. (pág. 6)
Editorial
INCENTIVOS E RESPOSTA
A polêmica em torno das novas plataformas da Petrobras ganhou contornos bizantinos. Faz-se defesa feroz da encomenda a estaleiros nacionais, como se a reserva de mercado, num passe de mágica, tivesse poderes para resolver os problemas da indústria naval.
Os críticos do Governo negam-se a enxergar o óbvio: com o fim do monopólio do petróleo, a Petrobras passou a ser alvo de competição franca. Instaurou-se regime de liberdade na exploração e na distribuição de combustíveis. Nos novos tempos, a Petrobras não pode brincar em serviço. (...) (pág. 12)
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08/25/2002
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