OSMAR DIAS: DESVALORIZAÇÃO AJUDA AGRICULTURA, MAS PÃO PODE SUBIR



A desvalorização do real ocorrida nos últimos dias ajudará os agricultores brasileiros, que vinham enfrentando a concorrência de alimentos importados de países que subsidiam sua agricultura, afirmou em discurso, nesta segunda-feira (18), o senador Osmar Dias (PSDB-PR). Ele alertou, no entanto, que o trigo importado, que abastece quase 80% do país, teve seu preço aumentado em 24%, o que deve gerar elevação no custo da farinha e de seus derivados, inclusive o pão e o macarrão.Osmar Dias lamentou que o governo nada fez para impedir a entrada de leite pelo Mercosul, apesar de produzido na Europa com subsídios governamentais. Disse ainda que, apesar de denúncia dos produtores nacionais, o Brasil importou do Uruguai uma quantidade de arroz maior que a produção daquele país, uma comprovação de que empresas importadoras usaram o país vizinho apenas para fugir da taxação e que, na verdade, tratava-se de arroz oriundo da Ásia.- Comungo do mesmo otimismo manifestado pelos senadores Artur da Távola e Geraldo Melo. No entanto, o governo não pode errar mais em sua política para o setor produtivo, em especial na agropecuária - disse.O senador paranaense, depois de informar que o presidente da República estava inaugurando a fábrica da Audi no seu estado, afirmou que não fora à solenidade para manter coerência, pois ele se manifestou várias vezes contra os incentivos fiscais que o governo paranaense concedeu à indústria de carros. Para ele, se o dinheiro que o BNDES e outros bancos oficiais destinam às grandes indústrias fosse direcionado às pequenas e médias empresas, "geraríamos 100 vezes mais empregos".Ao comentar as dificuldades de alguns estados para pagar suas dívidas com o governo federal, Osmar Dias afirmou que o Senado e o governo federal têm culpa pela situação criada, pois concordaram com os aumentos das dívidas estaduais. Lembrou que foi muito combatido por se manifestar contra tais aumentos de dívida, prejudicando inclusive sua imagem no Paraná. "Eu dizia que, agindo assim, estaríamos criando um problema para um futuro muito próximo. Minhas afirmações se baseavam em cálculos de especialistas no assunto, mostrando que esse futuro seria este ano, como está ocorrendo não no Paraná, mas em quase todo o país, com exceção talvez de dois ou três estados."

18/01/1999

Agência Senado


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