Osmar Dias adverte: "A crise dos alimentos no mundo não acabou" e os preços vão subir novamente



O senador Osmar Dias (PDT-PR) advertiu da tribuna que "a crise dos alimentos no mundo não acabou", apesar da redução de preço das commodities nos últimos dias no mercado internacional. Ele acredita que o fracasso da Rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC), no final de julho, em Genebra, em pouco tempo irá se refletir no comércio de alimentos, gerando novas elevações de preços.

Para ele, o fracasso da reunião da OMC foi provocado principalmente pelos Estados Unidos e pelo União Européia, que não querem reduzir os subsídios que dão aos seus agricultores, que chega a US$ 1 bilhão por dia, realçou. Sem uma redução nos subsídios, fica mais barato para muitos países pobres, principalmente da África, importar alimentos da Europa.

- O problema é que o consumo de alimentos tem crescido a cinco por cento ao ano, enquanto a produção não sobe. Assim, os estoques mundiais de comida estão diminuindo drasticamente. É claro que daqui a pouco o preço vai subir novamente, afetando os países pobres. E vai afetar a mesa do brasileiro, pois vivemos numa economia globalizada - explicou.

Osmar Dias afirmou que "não adianta tentar culpar os biocombustíveis" pelos aumentos de preço dos alimentos, quando na verdade há anos os países pobres ou em desenvolvimento não têm estímulo de preço para aumentar seus plantios. Ele observou que resta agora aos países a negociação de acordos bilaterais, como o presidente Luiz Inácio Lula passou a fazer após o fracasso da OMC. Lula já esteve na Argentina com essa finalidade, lembrou.

O senador disse ainda que, "se apenas os Estados Unidos e a Índia" conseguiram impedir o acordo na OMC, dificilmente em 2012 o mundo conseguirá um acordo para substituir o Protocolo de Kyoto - de redução de emissão de gases poluentes. Para ele, fechar um acordo de comércio seria muito mais fácil do que uma negociação sobre clima.



06/08/2008

Agência Senado


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