Osmar Dias diz que nada o fará retirar o apoio à CPI da Corrupção
- Quando assinei o requerimento de CPI, o fiz depois de refletir muito tempo. Eu fui um dos últimos a assinar, exatamente porque queria refletir e ouvir a população. Não há um cidadão que não apóie a instalação da CPI - argumentou.
Osmar Dias disse que a decisão anunciada nesta quarta-feira pelo presidente nacional do PSDB, deputado José Aníbal, de que a permanência dele e de seu irmão, Álvaro Dias, no partido está condicionada à retirada das assinaturas, carece de respaldo partidário. De acordo com Osmar Dias, não houve votação da proposta de expulsão pela Executiva Nacional do partido.
- Aguardo a decisão formal do partido, porque a decisão do presidente José Aníbal, nesse momento, não me interessa. Eu vou aguardar a posição da executiva para depois me posicionar a respeito dessa atitude que está sendo adotada pelo PSDB - disse.
O senador estranhou que o deputado José Aníbal não tenha feito qualquer referência ao apoio à CPI em conversa que tiveram quando procurou os senadores paranaenses para pedir-lhes apoio à sua eleição para a direção do partido.
- Ele (Aníbal) conversou comigo aqui no café do Senado para pedir o apoio do Diretório Estadual do Paraná à sua eleição e eu já tinha assinado o requerimento de CPI. Estranho que naquele dia o presidente do PSDB não tenha tido a preocupação de conversar comigo sobre a minha decisão de ter assinado o requerimento - disse o senador.
Momentos antes, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) havia dito que o governo vem adotando um "moralismo de oportunidade", uma vez que, ao mesmo tempo em que pretende punir os irmãos Dias por terem assinado o requerimento, sonda o senador José Alencar (PMDB-MG), outro que assinou o pedido de CPI, para compor o ministério. Requião lamentou que nenhum senador tucano tenha se manifestado publicamente contra a possível expulsão dos senadores paranaenses do PSDB.
José Alencar garantiu que um possível convite para ocupar um cargo na administração federal não o fará retirar sua assinatura do requerimento.
- Ninguém vai negociar nada deste tipo comigo. Nunca retirei minha palavra de nada, muito menos meu nome - afirmou.
O senador mineiro disse considerar a instalação de uma CPI uma oportunidade para que o presidente Fernando Henrique Cardoso confirme a sua honorabilidade. "Quando há denúncias deve haver inquérito e o inquérito aqui é o parlamentar", observou.
06/06/2001
Agência Senado
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