Osmar Dias pede ação do governo no combate às invasões no campo
"O governo federal faz cara de paisagem enquanto o campo está em polvorosa", lamentou o senador Osmar Dias (PDT-PR) ao destacar a publicação de matéria na edição desta quinta-feira (15) do jornal O Estado de S. Paulo, intitulada "A batalha do homem só". O texto noticia que o fazendeiro Luiz Antonio de Barros Coelho Júnior, 35 anos, acuado pelos sem-terra, teve que construir barricadas, com sacos de areia, na casa-sede de sua fazenda, no Pontal do Paranapanema (SP).
Na avaliação do senador pelo Paraná, a fotografia que ilustrou a matéria (onde aparece Luiz Antonio e sua casa protegida pelos sacos de areia) é o retrato da perda de autoridade do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Ele opinou que o presidente da República tem diminuída sua autoridade quando permite invasões de terra e não garante a reintegração de posse, ou quando descumpre sua palavra (como ao não garantir a aprovação, na Câmara dos Deputados, da PEC paralela da Previdência Social).
- Veja a que ponto de bagunça nós chegamos nesse país. E o pior é que o presidente Lula é quem está patrocinando esta bagunça. Para onde estamos caminhando? Eram essas as mudanças que prometeram para o país: subverter a ordem, desrespeitar a Constituição, descumprir acordos, desrespeitar os cidadãos, desonrar palavras e compromissos? - indagou Osmar Dias.
Declarações atribuídas ao presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart, considerando inconstitucional a medida provisória editada no governo Fernando Henrique Cardoso que estabeleceu que propriedades invadidas por trabalhadores rurais sem terra não seriam vistoriadas durante dois anos para efeito de reforma agrária, foram consideradas irresponsáveis pelo senador Osmar Dias.
Em aparte, o senador Ramez Tebet (PMDB-MS) concordou que as sucessivas invasões de terra e a falta de uma ação mais firme para combatê-las está diminuindo a autoridade do governo federal. Ele afirmou que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) está colocando em risco a ordem constituída do país. Já o senador Mão Santa (PMDB-PI) destacou que muitos brasileiros temeram, durante a eleição presidencial, que o PT no poder mudasse as cores da bandeira do país para o vermelho.
- Eles não fizeram. Modificaram somente o que está escrito na lista branca. O lema "Ordem e Progresso" mudou para "Desordem e Regresso" - afirmou Mão Santa.
15/04/2004
Agência Senado
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