Osmar Dias quer 50% dos recursos do BNDES para micro e pequenas empresas
O senador Osmar Dias (PDT-PR) afirmou nesta terça-feira (10), que se o governo do PT quiser implementar uma política eficiente contra a fome, terá de redirecionar os recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
- O que eu prego é a desconcentração do desenvolvimento, por meio do BNDES, que vem sendo usado para concentrar cada vez mais - disse o senador.
Baseado em relatório da própria instituição, Osmar Dias criticou o fato de o BNDES ter utilizado, em 2001, 36% dos seus investimentos no estado de São Paulo, -agravando ainda mais as diferenças regionais-. Além disso, o senador disse que as empresas que mais demandaram recursos do banco foram as estrangeiras, que usaram as verbas para adquirir as estatais vendidas pelo governo brasileiro, -no que pese as micro e pequenas empresas serem responsáveis por 70% do total dos empregos dos brasileiros-.
Osmar Dias chamou atenção para projeto de sua autoria, em tramitação na Comissão de Assuntos Econômicos , que obriga os bancos públicos federais a aplicar 50% dos recursos disponíveis para empréstimos em financiamentos de pequenas e microempresas.
Outro medida defendida pelo senador foi a continuidade do Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos e Colheitadeiras (Moderfrota). Conforme ele, ao oferecer dinheiro barato aos agricultores, com taxas de juros 8,75% ao ano, o Moderfrota permitiu que a produção nos últimos anos tivesse um aumento de 100%. Por isso, ele solicitou à equipe de transição do novo governo, que mantenha o projeto como uma das prioridades da agricultura, na próxima administração.
Em aparte, o senador José Alencar (PL-MG), futuro vice-presidente da República, manifestou seu apoio ao projeto de Osmar Dias, que redireciona os recursos do BNDES. Ele também concordou com a importância do Moderfrota para o desenvolvimento da agricultura e defendeu a sua manutenção nos próximos anos.
Osmar Dias disse que as declarações de Alencar eram tranqüilizadoras, -porque garante que o próximo governo não vai desmobilizar o programa por razões políticas-. Ele também defendeu a criação de políticas específicas para a produção, ainda este ano, de produtos como o milho, mandioca, feijão, arroz e trigo. Segundo ele, o Brasil precisa criar políticas específicas para produtos que têm sido importados, políticas estas consideradas fundamentais para o sucesso do Programa Fome Zero.
10/12/2002
Agência Senado
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